A televisão faz parte da vida do brasileiro há muito tempo: as novelas, os programas populares que iluminam as casas no domingo e, é claro, o jornalismo, que, com seu papel essencial na comunicação e disseminação de notícias, permite ao brasileiro saber o que acontece não só no país, como no mundo. Contudo, na última década, os grandes conglomerados de mídia, como a Globo, SBT e a Record, passaram por uma reestruturação com a mudança na entrega de informações a partir da chegada da internet.
Muitas emissoras precisaram se reinventar e os próprios jornais impressos ou rádios, para não perderem espaço, tiveram que se adaptar às mudanças. A informação e o entretenimento nunca foram tão difundidos quanto na sociedade mais conectada da história. A inovação chegou à televisão que precisa acompanhar a evolução das tecnologias e da própria humanidade que atualmente tem necessidades diferentes do que tinha há 75 anos atrás, quando a primeira emissora, TV Tupi, foi inaugurada.
O que é a DTV+ e o que muda com ela?
Considerada a terceira geração, a TV 3.0 vem para redefinir o padrão de tecnologia do setor. A nova “caixa mágica” vai unir o sinal de TV com a banda larga de internet para permitir uma transmissão mais democrática. A inovação promete contar com recursos interativos, som com qualidade de cinema e alta resolução de imagem, para melhorar a experiência da audiência.
De acordo com matéria da Gazeta de S. Paulo, o formato escolhido pelo Brasil é baseado no padrão ATSC 3.0, que já é usado em outros países. O modelo também traz consigo recursos como áudio imersivo, personalização de conteúdo, acessibilidade otimizada para trocar câmeras durante um jogo ou até mesmo para fazer compras pelo próprio televisor.
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O anúncio sobre a mudança foi feito no maior evento dedicado à mídia e entretenimento, a Set EXPO, que acontece em São Paulo nos dias 19 e 20 de agosto no Distrito Anhembi. Com a presença de representantes das emissoras como Paulo Marinho, da Globo, Claudio Luiz Giordani, do Grupo Bandeirantes, Daniela Beyruti, do SBT, e Marcus Vinicius Vieira, da Record, no primeiro painel da Set EXPO foram discutidas estratégias para o futuro.
Em matéria do O Globo, Marinho disse que a TV 3.0 permitirá a manutenção do pioneirismo da radiodifusão e pontuou o fato de a atenção do telespectador ter aumentado:
“Temos que reagir em termos de tecnologia e inovação, buscando entregar um conteúdo de grande relevância para o brasileiro. A TV 3.0 vai trazer para a TV aberta a medição censitária da audiência, mais precisa, e permitir uma publicidade mais segmentada, personalizada”, afirmou para O Globo.
Disse ainda que estão trabalhando com as outras emissoras para satisfazer as demandas do mercado.
“Estamos construindo nossa visão de futuro em conjunto com o mercado, para atendê-lo melhor, e em parceria com os nossos colegas (de outras emissoras). Temos iniciativas nessa direção, como o compartilhamento de infraestrutura e de boas práticas em inovação e tecnologia”, afirmou Marinho.
Possíveis impactos para o setor e para a população
Os representantes de emissoras como Globo e SBT defenderam que a implementação desse novo modelo de televisão trará melhorias para o setor e para os telespectadores. O aumento da interação entre o público e a televisão é uma tentativa de recuperar a audiência perdida nos últimos anos para plataformas de streaming e o próprio conteúdo digital disseminado nas redes sociais.
De acordo com dados recentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), presentes em matéria da Metrópoles, quase metade dos telespectadores abandonou a TV por assinatura nos últimos 10 anos. O consumo de vídeos rápidos dentro de plataformas estrangeiras também aumentou, principalmente após a pandemia do covid-19.
