Crise diplomática: ataques de Israel e atritos com EUA expõem fragilidade internacional do governo Lula

Crise diplomática: ataques de Israel e atritos com EUA expõem fragilidade internacional do governo Lula
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, compartilhou uma imagem criada por inteligência artificial de Lula sendo manipulado, como boneco de marionete, pelo aiatolá Ali Khamenei, do Irã.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, fez duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira (26). Em publicação nas redes sociais, Katz acusou Lula de ser “antissemita” e “apoiador do Hamas”, além de divulgar uma montagem criada por inteligência artificial que coloca o petista como uma marionete controlada pelo líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei.

A declaração é o ponto mais recente de uma série de desgastes entre os dois países. O governo de Benjamin Netanyahu anunciou, nesta semana, que vai reduzir o nível das relações diplomáticas com o Brasil, em protesto contra a recusa do Itamaraty em aprovar um novo embaixador israelense para Brasília.

Esse embate vem desde 2024, quando Katz levou o embaixador brasileiro em Tel Aviv ao Museu do Holocausto, após Lula comparar a ofensiva israelense na Faixa de Gaza ao que Adolf Hitler fez contra os judeus.

Atritos com os Estados Unidos

Análise da Crise Diplomática e Atritos com os Estados Unidos
Imagem gerada por IA

As tensões externas não param por aí. Durante uma reunião ministerial nesta terça-feira, transmitida pela imprensa, Lula voltou a atacar diretamente o presidente norte-americano Donald Trump, afirmando que o Brasil não aceitará ser tratado como “subalterno” em negociações comerciais.

A fala ocorre em meio às ameaças de Trump de impor barreiras comerciais contra produtos brasileiros, o que poderia impactar diretamente setores estratégicos da economia.

Analistas de relações internacionais avaliam que a postura do governo brasileiro tem ampliado atritos em momentos cruciais, especialmente quando o país busca ampliar parcerias e atrair investimentos.

Política externa sob pressão

Nos bastidores de Brasília, a avaliação é que Lula acumula choques diplomáticos em sequência, com Israel, com os Estados Unidos e até em negociações multilaterais. Essa estratégia, vista por aliados como sinal de “afirmação da soberania nacional”, tem sido interpretada no exterior como falta de habilidade para compor consensos.

A reunião ministerial desta terça-feira, marcada por discursos de resistência e ministros usando bonés azuis com a frase “O Brasil é dos brasileiros”, chamou atenção pelo visual. O acessório lembra os famosos “Make America Great Again”, usados por Donald Trump, mas em versão nacionalista. Lula tenta com isso dar uma nova roupagem patriótica ao governo, numa tentativa de se aproximar de novos eleitores. A estratégia, porém, soa forçada e acaba transmitindo mais artificialidade do que autenticidade.

O que está em jogo

  • Israel: relações diplomáticas rebaixadas após acusações de Lula contra a guerra.      A guerra em Gaza tem como origem os ataques do grupo terrorista Hamas, que em outubro de 2023 matou civis israelenses, incluindo crianças, além de sequestrar centenas de pessoas que seguem mantidas como reféns até hoje. O grupo também é acusado de desviar parte da ajuda humanitária destinada à população palestina, agravando ainda mais a crise na região.
  • Estados Unidos: ameaça de tarifaço de Trump em meio a declarações duras do presidente brasileiro.

  • Imagem internacional: risco de isolamento em um momento em que o Brasil busca protagonismo no comércio e em fóruns multilaterais.

A escalada de conflitos externos pode se tornar um dos principais pontos de debate até a eleição de 2026. A postura de confronto de Lula tem desgastado sua imagem, dentro e fora do país, apesar da tentativa de transformar isso em força política.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Lagoa News

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Gabriel - diretor do Lagoa News

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