Ativista conservador foi baleado no pescoço durante evento em universidade de Utah; FBI recebeu mais de 7 mil pistas sobre o caso
O suspeito de matar o ativista conservador norte-americano Charlie Kirk, de 31 anos, foi detido nesta sexta-feira (12), após três dias de intensas buscas conduzidas pela polícia local e pelo FBI. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a captura e afirmou ter “alto grau de certeza” de que se trata do autor do disparo.
Kirk, aliado próximo de Trump e fundador da organização Turning Point USA, foi assassinado na última quarta-feira (10) com um tiro no pescoço durante um evento na Utah Valley University, em Orem, Utah. O caso gerou forte comoção nacional e reacendeu o debate sobre a escalada da violência política no país.
Como o suspeito foi capturado
De acordo com Trump, o próprio suspeito se apresentou voluntariamente a uma delegacia após ser convencido por familiares. O pai do jovem, alertado por um pastor local que também atua na polícia, teria convencido o filho a se entregar.
“Alguém muito próximo a ele o denunciou. Acredito que com um alto grau de certeza o pegamos”, declarou Trump em entrevista à Fox News.
Fontes policiais ouvidas pelo New York Post afirmaram que o suspeito tem 22 anos e vive no estado de Utah. Inicialmente, a polícia havia descrito o autor como um jovem universitário, já que testemunhas relataram que ele se misturava facilmente entre os estudantes no campus.
Recompensa, vídeos e provas coletadas
As autoridades receberam mais de 7 mil pistas enviadas pela população desde o dia do crime. O FBI chegou a oferecer US$ 100 mil (cerca de R$ 630 mil) por informações que levassem à captura do atirador.
Vídeos divulgados pelas autoridades mostram o momento em que um homem pula de um telhado logo após o disparo. Ele usava roupas pretas, boné e óculos escuros. Testemunhas relatam que o atirador fugiu para uma área arborizada próxima ao campus.
No local, policiais encontraram um fuzil de alta potência, modelo Mauser .30-06 de ferrolho, arma comum entre caçadores e atiradores de precisão. Cartuchos deflagrados também foram localizados, além de marcas de palma e antebraço que estão sendo analisadas em laboratório.
Trump pede pena de morte para o suspeito
Durante as entrevistas, Trump declarou que solicitará a pena de morte, permitida no estado de Utah, para o autor do crime.
“Espero que seja considerado culpado e que receba a pena de morte pelo que fez”, afirmou. Já o governador de Utah, Spencer Cox, disse que pedirá prisão perpétua.
O assassinato de Charlie Kirk
Charlie Kirk participava do quadro “Me prove que estou errado”, em que respondia a perguntas de estudantes, quando foi atingido por um disparo de longa distância. O tiro partiu de um telhado a cerca de 200 metros do local.
Seguranças particulares socorreram o ativista, que foi levado ao hospital e submetido a uma cirurgia, mas não resistiu. O presidente Trump confirmou oficialmente sua morte cerca de uma hora depois.
Kirk deixou esposa e dois filhos. O corpo foi transportado para Phoenix, no Arizona, em avião oficial do vice-presidente JD Vance, que ajudou a carregar o caixão.
Contexto de violência política nos EUA
O assassinato de Charlie Kirk se soma a uma série de ataques políticos que marcaram os últimos anos nos Estados Unidos. Trump foi alvo de duas tentativas de assassinato durante a campanha de 2024.
Em 2025, a congressista democrata Melissa Hortman e seu marido foram mortos, e a residência do governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, foi incendiada.
Segundo a agência Reuters, o país atravessa o período mais longo de violência política desde os anos 1970, com mais de 300 casos documentados desde a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
A morte de Charlie Kirk e a posterior detenção do principal suspeito expõem a fragilidade da segurança em eventos políticos e reforçam a preocupação com a crescente violência partidária nos Estados Unidos.
As investigações seguem em andamento, e o FBI mantém abertos os canais para recebimento de informações da população.
