Período de chuvas em BH acende alerta para alagamentos, deslizamentos e falhas no fornecimento de energia

Período de chuvas em BH acende alerta para alagamentos, deslizamentos e falhas no fornecimento de energia
Ponto de alagamento em BH: Av Bernardo Vasconcelos no Cachoeirinha. Foto: Alex de Jesus/O Tempo

Região Metropolitana de Belo Horizonte enfrenta riscos crescentes com a combinação de instabilidade no clima e infraestrutura urbana fragilizada

Com a chegada da época mais intensa de chuvas na região de Belo Horizonte, gestores públicos, moradores e especialistas em infraestrutura soam o alarme para o aumento dos riscos de alagamentos, deslizamentos e quedas de energia elétrica.

Dados oficiais mostram que a cidade já registrou volumes pluviométricos expressivos, além de falhas no sistema elétrico que podem comprometer a segurança e o bem-estar da população.

Chuvas e impactos: números que assustam

Entre outubro e março de 2024, a Prefeitura de Belo Horizonte contabilizou 81 dias com chuvas, com volume acumulado médio de 1.514 mm. Durante esse período, foram registrados 24 eventos extremos, quando a precipitação ultrapassou 70 mm num intervalo de 24 horas.

Além dos alagamentos, foram registrados deslizamentos na capital e na região metropolitana, evidenciando que a combinação solo saturado + chuvas intensas representa um cenário de emergência.

Energia elétrica: infraestrutura vulnerável ante tempestades

Paralelamente aos riscos naturais, o fornecimento de energia elétrica também se mostra vulnerável. Em Minas Gerais, o relatório de interrupções em situação de emergência da Cemig mostra uma série de eventos associados a tempestades e chuvas intensas.

Embora a companhia tenha anunciado investimentos de mais de R$ 4,5 bilhões em 2024 para melhoria do sistema, com redução de cerca de 13 % no tempo de restabelecimento e 14 % na frequência de desligamentos, esse avanço ainda não elimina os riscos em momentos críticos de clima severo.

A fragilidade elétrica ganha maior gravidade no contexto das chuvas, pois alagamentos ou quedas de árvores podem comprometer linhas de transmissão e isolar áreas inteiras, transformando um evento climático em crise de infraestrutura.

Como confluem os fatores de risco

  • A urbanização acelerada da Região Metropolitana de BH, com áreas construídas em encostas ou bacias de inundação, amplia o risco de alagamentos e deslizamentos em condições adversas.
  • O solo saturado favorece escorregamentos; a cobertura vegetal reduzida e o sistema de drenagem deficiente dificultam a evacuação rápida da água da chuva.
  • A infraestrutura de energia elétrica, mesmo com melhorias, ainda depende de condições externas que fogem ao seu controle: ventos fortes, árvores caídas, enchentes que alagam equipamentos podem provocar blecautes ou interrupções graves.
  • Em áreas periféricas ou menos bem equipadas, residentes frequentemente relatam falhas prolongadas de energia ou ligações precárias, o que agrava a vulnerabilidade diante das chuvas. (Como referência, em determinado bairro da região norte de BH moradores protestaram contra anos sem rede regular de energia.)
  • No início da temporada chuvosa, essa convergência de fatores torna esses locais prioritários para monitoramento e intervenção rápida.

Por que esse momento exige atenção extra

A antecipação dos parâmetros meteorológicos e infra-estruturais revela que 2025/2026 tende a ser um período crítico para BH e sua região metropolitana.

Quando haverá forte precipitação:

  • a rede elétrica pode não suportar a pressão de falhas simultâneas;
  • o sistema de drenagem urbana pode entrar em colapso;
  • comunidades em áreas de risco são as mais afetadas por interrupções, isolamento ou danos físicos.

Segundo o relatório, em 2024 mais de 10.000 pessoas foram diretamente afetadas por inundações em BH.
E os alertas da Defesa Civil para deslizamentos e alagamentos já estão ativos.

O que moradores e autoridades devem fazer agora

  1. Planejamento preventivo: moradores de regiões com histórico de alagamento ou deslizamento devem mapear rotas de fuga e manter suprimentos essenciais.
  2. Infraestrutura elétrica: supervisão de postes, redes aéreas e equipamentos após cada chuva intensa pode reduzir o tempo de interrupção.
  3. Drenagem urbana: limpeza de bocas de lobo, manutenção de canais e preservação de áreas de absorção natural ajudam a reduzir impactos.
  4. Comunicação ágil: sistema de alertas eficiente e transparência sobre falhas de energia ou risco de desastres ajudam a salvar vidas.
  5. Melhorias contínuas: as concessionárias de energia e os órgãos municipais devem acelerar obras de manutenção, redirecionar recursos para áreas vulneráveis e ampliar a resiliência ao clima extremo.

Desafio duplo: energia e enchentes preocupam moradores de BH

Com a entrada da temporada de chuvas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, os riscos de alagamentos, deslizamentos e falhas no fornecimento de energia elétrica se combinam e exigem atuação coordenada de autoridades e cidadãos. Embora haja avanços em investimento e infraestrutura, o cenário demanda atenção redobrada, especialmente em locais historicamente vulneráveis.

Ficar preparado hoje pode significar menor impacto amanhã.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Lagoa News

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Gabriel - diretor do Lagoa News

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