A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos deve votar nesta quarta-feira (12) um pacote emergencial de financiamento para pôr fim à mais longa paralisação governamental da história do país. O acordo prevê a retomada de serviços essenciais, como assistência alimentar, pagamento de servidores federais e reativação do sistema de controle aéreo.
Impasse político e dívida trilionária
O projeto, que já foi aprovado no Senado, mantém o governo funcionando até 30 de janeiro, adicionando cerca de US$ 1,8 trilhão por ano à dívida nacional, que já ultrapassa US$ 38 trilhões.
A proposta conta com apoio do presidente Donald Trump, o que deve garantir a união dos republicanos, que possuem uma estreita maioria de 219 a 213 cadeiras na Câmara.
O presidente da Câmara, Mike Johnson, fez um apelo aos parlamentares para que aprovem o texto:
“Peço a todos os meus colegas, especialmente aos democratas, que reflitam, orem e façam o que é certo”, declarou Johnson.
Democratas resistem ao acordo
Os democratas da Câmara se opõem firmemente ao projeto, criticando o fato de o acordo não incluir a prorrogação dos subsídios federais para planos de saúde.
O líder democrata Hakeem Jeffries afirmou nas redes sociais que o plano ignora o custo de vida da população:
“Trump e os republicanos fingem que a crise de acessibilidade é uma invenção. O povo americano merece mais.”
Mesmo assim, analistas acreditam que o projeto será aprovado com folga, já que Trump celebrou o resultado no Senado como “uma grande vitória”.
Após o impasse, outro tema explosivo: os arquivos de Epstein
Com o retorno das atividades, a Câmara poderá também enfrentar uma votação para liberar documentos sigilosos sobre Jeffrey Epstein, envolvido em escândalos sexuais, o que gerou inúmeras teorias da conspiração.
A deputada democrata Adelita Grijalva, recém-empossada, deve fornecer a assinatura final para forçar a votação sobre o caso.
O que o pacote inclui
Além de financiar o governo, o pacote traz três projetos de lei que preveem:
- Investimentos em construção militar;
- Ampliação da assistência alimentar para famílias de baixa renda;
- Recursos para operações do Poder Legislativo.
A medida também prevê indenizações de até US$ 500 mil para oito senadores republicanos que alegam ter tido seus dados telefônicos acessados durante a investigação do ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
A senadora Patty Murray, democrata e crítica do plano, ironizou:
“Nem um centavo para a saúde, mas milhões em bônus para os republicanos.”
Votação decisiva
A votação está marcada para o fim desta quarta-feira. Embora possa haver resistência de alguns republicanos mais radicais, a aprovação é dada como certa, o que encerraria um impasse histórico que paralisou o governo e afetou milhões de cidadãos norte-americanos.
Fonte: Reuters
