A leoa-branca Pretória, de 14 anos, morreu nesta terça-feira (11) durante um procedimento veterinário no Zoológico de Belo Horizonte. O animal, que havia chegado à capital mineira há menos de um mês, sofreu parada cardiorrespiratória durante anestesia para tratamento dentário.
A informação foi confirmada pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) em nota oficial.
Leoa havia chegado ao Zoo em outubro
Pretória e o macho Mafu, ambos da espécie Panthera leo krugeri, vieram do Parque Beto Carrero World e chegaram ao zoológico da capital em 15 de outubro.
O casal, que viveu junto por vários anos e teve quatro filhotes, o último em 2018, participava de programas nacionais e internacionais de conservação, com possibilidade de reprodução e futura reintrodução em áreas naturais.
Desde a chegada, os animais estavam em processo de adaptação ao novo recinto, sob monitoramento constante de veterinários, biólogos e zootecnistas da instituição.
Parada cardíaca durante anestesia
Segundo a PBH, Pretória apresentava fratura nos dentes caninos inferiores, com possível necrose na polpa dentária. O procedimento odontológico fazia parte dos exames de quarentena, realizados para garantir o bem-estar do animal.
Durante a indução anestésica, a leoa sofreu parada cardiorrespiratória e não resistiu, mesmo após tentativas de reanimação.
“Todo o procedimento foi conduzido por profissionais com larga experiência na área”, informou a prefeitura em nota.
A necropsia foi realizada pelo Setor de Patologia da Escola de Veterinária da UFMG, que investigará a causa exata da morte. O corpo do animal será encaminhado ao Museu de História Natural da PUC Minas.
Leão-branco: uma espécie rara
O leão-branco (Panthera leo krugeri) é uma variante leucística do leão-africano. Sua pelagem clara é resultado de uma mutação genética que inibe parcialmente a produção de melanina, diferente do albinismo.
Os olhos podem ser amarelos ou azuis, sem prejuízo da visão. Em média, um adulto pode atingir até 3 metros de comprimento e pesar mais de 130 quilos.
Na natureza, vivem cerca de 19 anos, podendo chegar a 29 anos em cativeiro.
Atualmente, existem apenas 18 indivíduos em vida livre e menos de 300 em cativeiro. As populações selvagens se concentram na região de Greater Timbavati e no Parque Kruger Central, na África do Sul.
Alimentação e conservação
Leões-brancos são carnívoros e recebem cerca de 30 kg de carne por semana em zoológicos, entre cortes bovinos e frango, conforme recomendações nutricionais dos zootecnistas.
Eles participam de programas internacionais de conservação e reprodução genética, com resultados positivos desde 2004, quando começaram as primeiras reintroduções em habitat natural.
Para o nascimento de filhotes brancos, ambos os pais precisam portar o gene recessivo responsável pela coloração clara, o que gera de 25% a 100% de chance de descendência leucística.













