Simples Nacional: o guia completo para 2026

Simples Nacional: o guia completo para 2026
Imagem: Reprodução

Optar por um regime tributário é uma das decisões mais importantes para qualquer empresa no Brasil. Para micro e pequenas empresas, o Simples Nacional surge como uma alternativa que promete simplificar a burocracia e, em muitos casos, reduzir a carga de impostos. No entanto, com regras, prazos e exceções, navegar por este sistema pode parecer um desafio.

Para esclarecer as principais dúvidas sobre o Simples Nacional. Aqui, você entenderá o que é o regime, quem pode aderir, quais são seus benefícios e como se preparar para o prazo final de adesão, garantindo que sua empresa comece o ano com o pé direito e em total conformidade fiscal.

O que é o Simples Nacional?

O Simples Nacional é um regime tributário simplificado, criado para facilitar a vida de Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP). Sua principal característica é a unificação do pagamento de diversos tributos em uma única guia mensal, conhecida como Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS).

Em vez de calcular e pagar separadamente cada imposto, a empresa enquadrada no Simples Nacional recolhe de forma unificada os seguintes tributos:

  • Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)
  • Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
  • Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP)
  • Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)
  • Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
  • Contribuição Patronal Previdenciária (CPP)
  • Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
  • Imposto sobre Serviços (ISS)

Essa centralização reduz significativamente a burocracia e os custos administrativos, permitindo que o empreendedor foque mais na gestão do seu negócio.

Quem pode optar pelo Simples Nacional?

Para se qualificar para o Simples Nacional, uma empresa precisa atender a uma série de critérios. Os principais requisitos envolvem faturamento, atividade econômica e regularidade fiscal.

Limites de Faturamento

O critério mais conhecido é o limite de receita bruta anual. Para 2026, as faixas de faturamento são:

  • Microempreendedor Individual (MEI): até R$ 81.000,00 por ano.
  • Microempresa (ME): até R$ 360.000,00 por ano.
  • Empresa de Pequeno Porte (EPP): de R$ 360.000,01 a R$ 4,8 milhões por ano.

É fundamental que as empresas monitorem seu faturamento ao longo do ano. Se uma ME ou EPP ultrapassar o teto de R$ 4,8 milhões, ela será desenquadrada do regime e precisará migrar para o Lucro Presumido ou Lucro Real no ano seguinte.

Atividades Permitidas e Excluídas

Nem todas as atividades empresariais são elegíveis para o Simples Nacional. A legislação veta a participação de empresas que atuam em setores específicos, como:

  • Serviços financeiros;
  • Fabricação de veículos, cigarros ou armas de fogo;
  • Importação de combustíveis;
  • Geração ou distribuição de energia elétrica;
  • Produção e venda de bebidas alcoólicas e refrigerantes (exceto pequenos produtores);
  • Cessão ou locação de mão de obra;
  • Loteamento e incorporação de imóveis próprios.

Além disso, empresas que possuam sócios no exterior ou tenham participação de capital de órgãos públicos também não podem optar pelo regime.

Regularidade Fiscal

Um requisito indispensável é a ausência de débitos com as Fazendas Públicas (Federal, Estadual e Municipal). Empresas com pendências fiscais ou cadastrais não terão sua solicitação de adesão aprovada. É preciso regularizar todas as dívidas antes de solicitar a opção pelo Simples Nacional.

Prazos para Adesão: Fique Atento

O calendário é um fator crítico para quem deseja aderir ao Simples Nacional. Perder o prazo significa ser enquadrado em outro regime tributário, como Lucro Presumido ou Real, durante todo o ano-calendário, o que pode aumentar a complexidade e a carga tributária.

  • Para empresas já em atividade: A solicitação de adesão deve ser feita durante o mês de janeiro de cada ano, até o último dia útil, que em 2026 será 31 de janeiro. A escolha é irrevogável para todo o ano.
  • Para novas empresas: Empresas recém-abertas têm um prazo diferente. A solicitação pode ser feita em até 30 dias contados do último deferimento de inscrição (municipal ou estadual, caso exigíveis), desde que não tenham decorridos 60 dias da data de inscrição no CNPJ.

Como Realizar a Opção pelo Simples Nacional?

O processo de solicitação é totalmente online e realizado através do Portal do Simples Nacional. Siga os passos abaixo:

  1. Acesse o Portal: Entre no site oficial do Simples Nacional.
  2. Vá para a Opção: No menu, procure por “Simples – Serviços” e, em seguida, clique em “Opção” > “Solicitação de Opção pelo Simples Nacional”.
  3. Informe os Dados: Insira o CNPJ da empresa e confirme as informações cadastrais.
  4. Verificação Automática: O sistema fará uma verificação automática de pendências fiscais e cadastrais junto aos órgãos federais, estaduais e municipais.
  5. Confirmação: Se não houver pendências, a solicitação será aceita e o enquadramento será efetivado. Caso o sistema aponte alguma irregularidade, ele informará qual é o problema. A empresa terá até o final do prazo (31 de janeiro) para regularizar a situação e tentar novamente.

Principais Vantagens do Regime

A simplificação é o grande atrativo, mas os benefícios vão além.

  • Redução da Carga Tributária: As alíquotas são progressivas e baseadas no faturamento, o que pode resultar em uma carga tributária menor em comparação com os regimes de Lucro Presumido ou Lucro Real, especialmente para empresas com margens de lucro mais altas.
  • Menos Burocracia: A unificação dos impostos no DAS e a dispensa de certas obrigações acessórias reduzem o tempo e os custos com a gestão fiscal.
  • Vantagem em Licitações: Em processos de licitação pública, empresas do Simples Nacional têm critério de desempate em caso de propostas com valores iguais, o que aumenta sua competitividade.

Rumo a uma Gestão Tributária Eficiente

A adesão ao Simples Nacional é uma decisão estratégica que pode definir a saúde financeira e a competitividade de uma micro ou pequena empresa. Com o prazo final de 31 de janeiro de 2026 se aproximando, é crucial que os gestores realizem um diagnóstico completo do seu negócio: analisem o faturamento, verifiquem a elegibilidade da atividade e, acima de tudo, regularizem quaisquer pendências fiscais.

Planejar com antecedência e contar com o suporte de um contador experiente são passos fundamentais para garantir uma transição suave e aproveitar ao máximo os benefícios deste regime simplificado. Não deixe para a última hora. Prepare sua empresa agora para um futuro com menos burocracia e mais oportunidades de crescimento.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Lagoa News

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