Decisão judicial de primeira instância aponta irregularidades na instalação de guaritas em um condomínio de luxo e pode impactar o cenário político para as eleições de 2026 em Minas Gerais.
O ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, foi condenado em primeira instância à suspensão de seus direitos políticos por um período de cinco anos. A sentença é resultado de uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público de Minas Gerais, relacionada à instalação de guaritas em um condomínio de luxo.
A decisão judicial, proferida na sexta-feira, 8 de agosto de 2025, adiciona um novo elemento de tensão ao cenário político mineiro, uma vez que Kalil é apontado como um dos principais nomes na corrida pelo governo de Minas nas eleições de 2026.
Entenda o caso que originou a condenação
A ação judicial que resultou na condenação de Kalil questiona a legalidade da instalação de guaritas e cancelas no condomínio Vale dos Cristais. Segundo o processo, as estruturas teriam sido implementadas de forma irregular, e a gestão do então prefeito teria sido conivente com a situação. A acusação de improbidade administrativa se baseia na alegação de que houve benefício indevido ao condomínio em detrimento do interesse público.
A sentença determina, além da suspensão dos direitos políticos, a aplicação de outras penalidades. No entanto, por se tratar de uma decisão em primeira instância, cabe recurso, e a defesa do ex-prefeito já indicou que irá recorrer.
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Reação e contexto político
Ao ser procurado para comentar a decisão, Alexandre Kalil criticou a sentença, atribuindo-lhe uma motivação estritamente política. O ex-prefeito manifestou surpresa com o fato, afirmando que o objetivo é inviabilizar sua candidatura ao governo do estado. “Parece que querem que eu não seja candidato ao Governo de Minas por causa de uma cancela em um condomínio. É de rir”, declarou Kalil, que ressaltou a coincidência da decisão ser divulgada no momento em que seu nome aparece em posição de liderança em pesquisas de intenção de voto.
Kalil se mostrou confiante na reversão da sentença. “Com certeza essa decisão vai cair”, afirmou, questionando o que chamou de “senso do ridículo” do juiz responsável pelo caso.
A condenação de Alexandre Kalil agita o ambiente político e gera debates sobre a judicialização de questões administrativas e seus possíveis reflexos eleitorais. Enquanto a defesa prepara os recursos para as instâncias superiores, os desdobramentos do caso serão acompanhados de perto por aliados e adversários, que já se movimentam com vistas à sucessão estadual.