Evento marca 80 anos da vitória contra o Japão e evidencia aproximação da China com Putin e outros líderes mundiais
Pequim vive dias de segurança máxima e rígido controle social às vésperas do grande desfile militar liderado pelo presidente Xi Jinping, que acontece na Praça Tiananmen. O evento celebra os 80 anos da rendição do Japão e marca a vitória da China contra as forças de ocupação na Segunda Guerra Mundial, mas também funciona como um palco estratégico para Xi projetar poder global.
Mais de 50 mil convidados assistirão ao desfile, entre eles 26 chefes de Estado estrangeiros, incluindo o presidente russo Vladimir Putin e o líder norte-coreano Kim Jong Un.
A presença de ambos reforça a ideia de um novo bloco de influência liderado por Pequim.
Exibição de força militar e diplomática
O desfile deve apresentar novas armas hipersônicas e drones subaquáticos não tripulados, mostrando a capacidade militar crescente da China. Além disso, Xi conseguiu reunir mais de 20 líderes mundiais na cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (SCO) em Tianjin, reforçando sua imagem como peça central de uma possível nova ordem mundial rival aos Estados Unidos.
Medidas de controle em Pequim
A capital chinesa foi transformada para o evento. Bandeiras, arranjos florais e luzes especiais foram instalados em toda a cidade, enquanto escolas, hotéis e empresas ao longo da rota do desfile estão fechados. Drones foram proibidos, viadutos e pontes contam com vigilância 24 horas e moradores receberam ordens para não assistir aos ensaios das janelas.
Mensagem interna e externa
Para além da diplomacia e da demonstração militar, o evento também busca reforçar o patriotismo e a legitimidade do Partido Comunista em um momento de desafios internos, como a economia desacelerada, o desemprego entre jovens e sinais de descontentamento popular.
Fonte: BBC News