O último sábado (23) teve um gosto de felicidade a mais, que reviveu o sorriso da torcida celeste e, no dia seguinte, deixou o Galo com a cabeça quente. No Mineirão, o Cruzeiro reencontrou o caminho das vitórias ao bater o Internacional por 2 a 1. Já no Morumbi, o Atlético-MG amargou uma derrota por 2 a 0 para o São Paulo, em partida que mostrou fragilidades e pouco aproveitamento de oportunidades.
Golaços e liderança: Cruzeiro desbanca o Inter e quebra tabus

Sob os olhares atentos de mais de 44 mil torcedores, o Cruzeiro voltou a vencer como mandante depois de tropeços contra Ceará e Santos. A noite teve dois golaços: primeiro de Matheus Pereira, que encobriu o goleiro do Internacional no estilo Lionel Messi, com categoria aos 18 minutos do primeiro tempo. Depois, Kaio Jorge, aproveitando um vacilo na saída de bola do adversário, emplacou belo toque por cobertura aos 12 minutos da etapa final.
Mesmo com o Inter chegando ao empate rápido, com finalização precisa de Bruno Tabata no canto direito de Cássio, os jogadores celestes não se abalaram. Com o triunfo, o time de Leonardo Jardim soma agora 41 pontos e reassume a vice-liderança do Campeonato Brasileiro, recompensa perfeita para quem atravessava fase de instabilidade.
Esse resultado teve sabor histórico. Sob o comando de Jardim, o Cruzeiro vem resgatando vitórias que pareciam engavetadas no tempo: tropeços de quase 10 anos frente ao Flamengo, longos jejum contra o Sport e até derrotas em estádios considerados interditados, como o Maracanã e o Mineirão, agora derrotados com autoridade. O técnico já soma oito “tabus” quebrados desde fevereiro, um trabalho que foge ao conceito de sorte — há método, entrega e estratégia por trás.
E o que vem pela frente? A Raposa agora volta suas atenções para a Copa do Brasil, onde enfrentará justamente o Atlético-MG nesta quarta-feira, às 19h30, na Arena em BH. Uma reedição do clássico que promete incendiar ainda mais o Mineirão.
No Morumbi, Atlético-MG passa longe do ideal: time se perde e perde

Enquanto a alegria brilhava no Mineirão, o Atlético-MG enfrentava uma cena oposta na cidade de São Paulo. Jogando fora de casa, o Galo viu o São Paulo vencer por 2 a 0 — resultado que trouxe à tona uma atuação ruim, sem brilho e eficiência na hora de aproveitar os espaços.
Com diversos desfalques e um time escalado com reservas, Cuca optou por preservar titulares pensando no próximo clássico com o Cruzeiro pela Copa do Brasil. No entanto, a estratégia custou caro: o Atlético pouco criou e sofreu com erros de marcação e falta de intensidade.
Um ponto positivo foi a atuação de Everson, que foi o melhor da equipe alvinegra: fez defesas importantes e evitou uma derrota mais dilatada. Por outro lado, Júnior Santos, que ganhou chance como titular após mais de três meses, teve mais uma atuação abaixo da crítica, alternando falhas com quase nenhuma participação efetiva até ser substituído no segundo tempo.
Para o Galo, a parada do Brasileirão para as competições nacionais caiu como uma luva para tentar reencontrar a regularidade — mas também expôs uma fragilidade que incomoda: sem futebol fluido, o time deixa de render e corre risco de descolar da briga por posição.
Nada como contrastes para mostrar a dinâmica do futebol contemporâneo
Enquanto o Cruzeiro celebra, retoma fôlego na tabela e mostra que lideranças não se sustentam apenas com histórico, mas com resultados e superação de fantasmas, o Atlético-MG vive o inverso: cautela que virou apatia e medo de desandar o trabalho de recuperação de 2025.
A tranquilidade moral que o triunfo diante do Inter trouxe pode ser combustível para a Raposa até o clássico do meio da semana. Já o Galo, convicto da responsabilidade e com mata-matas pela frente, precisa de um choque de realidade e reação rápida para não comprometer ainda mais sua caminhada.
Foi uma rodada que mostrou justamente isso: o futebol mineiro brilhando de um lado e ensaiando tropeços do outro. Dois clubes, dois humores. E a promessa de que, se o Cruzeiro mantém o riso, o Atlético vai ter de trabalhar muito para voltar a sorrir também.