Setor de seguros em Minas Gerais adota práticas ASG e ganha protagonismo nacional

Setor de seguros em Minas Gerais adota práticas ASG e ganha protagonismo nacional
Foto: Reprodução/ Chairat Netsawai de Getty Images

O mercado de seguros, tradicionalmente visto como um pilar de estabilidade financeira, está passando por uma transformação silenciosa e profunda. Além de apólices e coberturas, as seguradoras agora são avaliadas por seu compromisso com o futuro do planeta e da sociedade. Nesse novo cenário, a sigla ASG (Ambiental, Social e de Governança) deixou de ser um jargão corporativo para se tornar um indicador essencial de confiança e sustentabilidade.

A agenda ASG chega com força ao mercado de seguros

O conceito de ASG deixou de ser exclusividade de grandes indústrias e do setor financeiro tradicional para alcançar o mercado de seguros em Belo Horizonte e em outras cidades mineiras. As seguradoras vêm incorporando práticas ambientais, sociais e de governança em suas rotinas de negócios, em resposta tanto às demandas regulatórias quanto à pressão crescente dos consumidores.

Essa transformação posiciona Minas Gerais como um dos polos nacionais na aplicação desses princípios em um setor estratégico para a economia.

Mudança cultural e adaptação do setor

Historicamente, as seguradoras baseavam sua atuação na gestão de riscos puramente financeiros. Com a chegada da agenda ASG, essa lógica foi ampliada. Agora, riscos ambientais e sociais passaram a ser considerados na formulação de produtos, na seleção de clientes e nas políticas de investimento.

Essa mudança cultural exige novas ferramentas, equipes capacitadas e maior transparência na comunicação com a sociedade. Em Belo Horizonte, companhias já promovem treinamentos internos e adaptam processos para alinhar práticas de sustentabilidade aos objetivos de negócio.

Sustentabilidade como critério de risco

Entre os impactos mais visíveis está a inclusão de critérios ambientais na avaliação de risco para emissão de apólices. Empresas que demonstram boas práticas de gestão ambiental, como controle de resíduos, uso eficiente de recursos naturais e redução de emissões, têm condições diferenciadas de contratação.

Ao mesmo tempo, empreendimentos que ignoram esses fatores enfrentam maiores exigências e custos. Esse movimento não apenas protege as seguradoras de possíveis perdas futuras, mas também incentiva clientes a adotar comportamentos mais responsáveis.

Responsabilidade social e inclusão financeira

No pilar social, seguradoras mineiras vêm investindo em programas de inclusão e educação financeira. O objetivo é ampliar o acesso de famílias e pequenos empreendedores a produtos de proteção que antes eram pouco conhecidos. A agenda ASG estimula ações voltadas para diversidade no quadro de colaboradores, igualdade de gênero e capacitação profissional.

Essas práticas reforçam a imagem das empresas e ampliam sua relevância em comunidades locais, ao mesmo tempo em que criam novas oportunidades de mercado.

Governança e transparência fortalecidas

A governança é outro ponto fundamental na adoção da agenda ASG no setor de seguros. Em Belo Horizonte, companhias do setor vêm revisando conselhos administrativos, fortalecendo auditorias internas e ampliando a transparência nos relatórios de desempenho.

A publicação de informações claras e auditáveis sobre impacto social e ambiental já se tornou exigência de investidores e reguladores. A busca por governança sólida mostra que o setor entende a importância de se alinhar a padrões globais e de transmitir confiança para clientes e parceiros.

Impacto para consumidores e empresas

Para consumidores, a adoção da agenda ASG representa maior credibilidade e novos produtos que atendem a demandas específicas de proteção. Seguros voltados para riscos climáticos, por exemplo, tornam-se cada vez mais relevantes diante do aumento da frequência de eventos extremos.

Para empresas, a integração desses princípios fortalece reputação e competitividade, especialmente em um mercado em que a confiança é o ativo mais valioso. A tendência é que clientes passem a considerar critérios de responsabilidade socioambiental ao escolher uma seguradora.

Minas Gerais como referência nacional

A adoção de práticas ASG pelas seguradoras mineiras tem potencial para transformar Belo Horizonte em referência nacional. A capital já concentra companhias que lideram a adaptação do setor, impulsionadas por exigências regulatórias e pela necessidade de se alinhar a investidores globais.

Esse movimento pode atrair novos negócios e ampliar a visibilidade do estado no cenário nacional de sustentabilidade corporativa. A consolidação dessa agenda fortalece a imagem de Minas como um território que alia tradição financeira à inovação.

Desafios para o setor de seguros

Apesar dos avanços, os desafios são consideráveis. A aplicação de métricas confiáveis ainda é um obstáculo, especialmente em áreas como impacto ambiental e diversidade. Muitas seguradoras precisam desenvolver sistemas de coleta e análise de dados que permitam mensurar resultados de forma transparente.

Outro desafio é equilibrar custos e benefícios da adaptação: implementar políticas de sustentabilidade requer investimentos, mas os ganhos de reputação e competitividade justificam o esforço. O caminho é longo, mas a adesão crescente mostra que não há retorno possível ao modelo anterior.

Oportunidades e futuro da agenda ASG

A agenda ASG abre espaço para inovação no mercado de seguros. Produtos personalizados para riscos ambientais, soluções digitais de inclusão financeira e programas de apoio comunitário ganham força. A tendência é que seguradoras ampliem seu papel não apenas como prestadoras de serviço, mas como agentes de transformação social e ambiental.

O futuro aponta para um setor mais transparente, responsável e conectado às expectativas da sociedade. Em Belo Horizonte, a adoção dessas práticas já coloca as empresas locais em sintonia com os padrões internacionais e fortalece sua posição no mercado nacional.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Lagoa News

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