No 4º dia de buscas, a equipe de resgate conseguiu chegar ao local onde Juliana Marins estava, mas ela não resistiu
No último sábado (21), Juliana Marins, brasileira de 26 anos, caiu em um penhasco na trilha do Monte Rinjani, na Indonésia. Hoje (24), a família confirmou que Juliana foi encontrada morta pelas equipes de resgate.
Na nota publicada nas redes sociais, a família agradeceu pelas orações, mensagens de carinho e apoio que receberam nos últimos dias. Durante esse período, os familiares criaram o perfil @resgatejulianamarins no Instagram para divulgar as informações verdadeiras sobre o resgate.
Mochilão na Ásia
Juliana Marins era formada em Publicidade e Propaganda pela UFRJ e atuava como dançarina de Pole Dance. Natural de Niterói (RJ), Juliana estava fazendo um mochilão pela Ásia e já havia visitado Filipinas, Vietnã e Tailândia, antes de passar pela Indonésia.

A brasileira estava fazendo uma trilha no Monte Rinjani, vulcão ainda ativo que se eleva a 3.721 metros de altitude, localizado na ilha de Lombok.
Denúncia de abandono
A família Marins afirma que Juliana foi abandonada pelo guia por mais de uma hora antes de sofrer o acidente. De acordo com informações do parque, Juliana teria entrado em desespero após passar esse tempo sozinha.
“A gente descobriu isso em contato com pessoas que trabalham no parque. Juliana estava nesse grupo com cinco pessoas e o guia, porém ficou muito cansada e pediu para parar um pouco. Eles seguiram em frente e o guia não ficou com ela”, disse Mariana, irmã de Juliana, em entrevista ao Fantástico.
Em entrevista ao jornal “O Globo”, o guia, Ali Musthofa, de 20 anos, confirmou que aconselhou Juliana a descansar enquanto seguia com o grupo, mas afirmou que o combinado seria encontrar com ela pouco mais à frente. Segundo Ali, ele ficou apenas “3 minutos” à frente da brasileira.
“Depois de uns 15 ou 30 minutos, a Juliana não apareceu. Procurei por ela no último local de descanso, mas não a encontrei. Eu disse que a esperaria à frente. Eu disse para ela descansar. Percebi [que ela havia caído] quando vi a luz de uma lanterna em um barranco a uns 150 metros de profundidade e ouvi a voz da Juliana pedindo socorro. Eu disse que iria ajudá-la. Tentei desesperadamente dizer a Juliana para esperar por ajuda”, declarou em entrevista.
O acidente ocorreu por volta das 4h de sábado no horário local, 13h de sexta no Brasil. Já com o dia claro, alguns turistas fizeram imagens de Juliana com um drone. Ela estava a 200 metros montanha abaixo. Esta foi a última imagem em que ela foi vista se movimentando.
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Informações falsas deram esperança à família.
Autoridades indonésias e até a Embaixada do Brasil em Jacarta informaram que alguns montanhistas tinham conseguido descer até Juliana com comida e água. Porém, a família descobriu que era mentira, e que Juliana passava fome, sede e frio. Mariana (irmã) afirmou ainda que o vídeo que circulava nas mídias sociais de Juliana sendo resgatada foi forjado.
O embaixador do Brasil na Indonésia admitiu em ligação com os repórteres do Fantástico que repassou informações incorretas no início, com base em relatos imprecisos de autoridades locais.
As condições climáticas complexas fizeram com que o resgate fosse interrompido várias vezes. O perfil de informações sobre o resgate criado pelos familiares afirmou nos últimos dias:
“Aparentemente é padrão nessa época do ano que o clima se comporte dessa forma, eles têm ciência disso e não agilizam o processo de resgate! Lento, sem planejamento, competência e estrutura!”
O terreno instável e a distância até o ponto de queda dificultaram o socorro, mas a família critica a negligência das autoridades com o resgate de Juliana.