Secretaria Municipal de Educação cria novo departamento para acompanhamento dentro das escolas públicas em Lagoa Santa e promete melhorar o senso de educação integral almejado pela cidade.
Uma estrutura permanente está sendo implantada para dar apoio psicossocial para estudantes em conjunto com as suas famílias. O sistema contará com profissionais da psicologia, assistência social e pedagogia. Veja também por que esse programa é importante no momento atual.
Novo departamento
O município receberá um departamento, investido no bem-estar socioemocional da comunidade escolar. O departamento de Apoio Psicossocial envolverá professores, pais e alunos que contarão com 14 profissionais dedicados ao atendimento na rede pública, divididos em 5 equipes multiprofissionais que atuarão diretamente com a comunidade escolar.
O início do projeto já começou na volta às aulas com a contratação, inicialmente, de 4 psicólogas, 2 psicopedagogas e 1 assistente social que já atuam nas escolas, enquanto o restante dos profissionais está em processo de contratação, passando por exames de admissão.
Atendimento humanizado e integral
A proposta da Secretaria de Educação é promover um ambiente seguro e com uma relação saudável entre pais, alunos e professores. A coordenadora municipal de Desenvolvimento Educacional, Zilma Lopes, disse que os educadores se sentem mais seguros para exercer seus papéis e reforçou a importância do projeto para a saúde mental de todos.
A importância do departamento no momento atual

“Nós, os educadores, nos sentimos mais amparados e os alunos mais seguros. Essa é uma iniciativa que reforça o compromisso não só com a educação, mas com a saúde mental da nossa gente”, afirmou a educadora.
A Prefeitura reconhece que o objetivo é alcançar uma educação integral, entendendo que “cuidar das pessoas é essencial para garantir o sucesso dos processos de ensino e aprendizagem”.
A discussão sobre saúde mental nunca esteve tão em alta na sociedade. Estudos como o da Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Mental (Conasem), que faz parte do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), argumentam que a saúde mental dos brasileiros piorou no pós-pandemia, época em que o assunto ganhou espaço na opinião pública e onde tem se mantido cada vez mais nos últimos anos.
Dados do Datasus já mostram indícios de aumento em lesões autoprovocadas após a pandemia de Covid-19, de acordo com matéria do site do Cofen. “Dados anteriores à pandemia já apontavam episódios depressivos como a principal causa de pagamento de auxílio-doença não relacionado a acidentes de trabalho, correspondendo a 30,67% do total, seguida de outros transtornos ansiosos (17,9%)”, aponta a pesquisa.
Além disso, a coordenadora da Conasem, professora Dorisdaia Humerez, enfatiza que a tendência a transtornos depressivos e ansiosos tem se tornado mais alarmante: “O aumento nos transtornos ansiosos e depressivos é uma tendência dos últimos anos, mas atingiu patamares muito mais alarmantes após a crise sanitária (pandemia de Covid-19)”.

Em matéria do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), publicada no ano passado, a saúde mental dos jovens também é abordada com urgência após a crise sanitária que assolou o mundo entre fevereiro de 2020 e maio de 2023. “A crise global sem precedentes resultante da pandemia levantou sérias preocupações sobre os efeitos das medidas de isolamento e das dificuldades econômicas para a saúde mental de jovens e adolescentes”, diz o site da instituição.
A implantação de um departamento para apoio psicológico e social dentro das escolas em Lagoa Santa é importante para coibir um aumento descontrolado de transtornos psicológicos e principalmente para promover uma convivência saudável entre profissionais da rede pública, pais e alunos, para que assim a cidade se mantenha firme no apoio completo à população.