Na última terça-feira (4), a primeira aeronave militar transportando imigrantes ilegais dos Estados Unidos chegou à Baía de Guantánamo. De acordo com a porta-voz do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Tricia McLaughlin, o voo trouxe de 9 a 10 “estrangeiros criminosos altamente perigosos”.
Desde sua posse, o presidente Trump tem enfrentado críticas de defensores dos Direitos Humanos, que se opõem à política severa de seu governo em relação aos imigrantes detidos, ainda mais rigorosa do que a de seus antecessores. Agora, Trump planeja deportar cerca de 30 mil imigrantes ilegais para a base naval americana em Cuba, em Guantánamo.
Guerra ao Terror e Guantánamo

A prisão de Guantánamo foi estabelecida durante a campanha de “Guerra ao Terror” do então presidente George W. Bush, após os ataques de 11 de setembro de 2001, para abrigar suspeitos de terrorismo. Desde então, cerca de 780 presos passaram pelo local, dos quais 15 ainda permanecem detidos.
O local é conhecido por incontáveis relatos de tortura, incluindo o “waterboarding”, uma técnica de tortura que simula afogamento. Atualmente, Guantánamo recebe imigrantes ilegais, classificados como “criminosos altamente perigosos” pelo governo de Trump, que não apresenta provas para sustentar essas alegações.
Preocupações com os Direitos Humanos
Autoridades e especialistas em direitos humanos expressam preocupação com a possibilidade de que crimes contra a integridade física e psicológica desses imigrantes sejam cometidos, uma vez que Trump os trata como terroristas. Vince Warren, diretor da ONG Centro para Direitos Constitucionais, afirmou: “A decisão do presidente Trump de usar Guantánamo – um símbolo global de tortura e racismo – para abrigar imigrantes deve deixar todos nós horrorizados.”
Dentre os 15 homens ainda detidos na base militar, está Khalid Sheikh Mohammed, principal acusado de planejar os ataques de 11 de setembro. A mensagem do governo é clara: “migrantes e solicitantes de refúgio estão sendo apresentados como uma nova ameaça terrorista, merecendo ser despejados numa ilha-prisão e excluídos dos serviços e ajudas sociais e legais”, concluiu Warren.