A economia brasileira em 2025 enfrenta um cenário desafiador, marcado por juros elevados, inflação persistente e incertezas globais.
Esses fatores impactam diretamente o crescimento econômico, a atividade industrial e as contas públicas, exigindo estratégias eficazes para garantir a sustentabilidade e a recuperação do país em um ambiente econômico complexo.
Economia Brasileira em 2025: Desafios e Perspectivas
O Brasil inicia 2025 diante de um cenário econômico desafiador, marcado por juros elevados, inflação persistente e incertezas globais que devem impactar o crescimento econômico.
Juros Elevados e Política Monetária

A alta da taxa Selic, atualmente em 13,25%, intensificada no final do ano passado, promete esfriar a atividade econômica nos próximos meses.
De acordo com o Boletim Focus do Banco Central, a taxa pode encerrar o ano em 15%. Com uma política monetária mais restritiva, o custo do crédito aumenta, desestimulando investimentos e desacelerando o Produto Interno Bruto (PIB).
O mercado financeiro projeta um crescimento de 2% para o PIB em 2025, enquanto o Ministério da Fazenda estima um avanço de 2,5%. O desempenho final de 2024, que será divulgado em março, deve ficar em torno de 3,5%.
José Maurício Caldeira, sócio conselheiro da Colpar Brasil e Adone Holding, avalia: “Embora a economia tenha apresentado surpresas positivas nos últimos anos, 2025 será marcado por menos estímulos fiscais e pelo impacto do aperto monetário, especialmente no segundo semestre. Resta saber se teremos novas surpresas no decorrer do ano.”
Setor Industrial Sob Pressão
O setor industrial, que foi um dos motores do crescimento econômico em 2024, enfrenta um ano mais desafiador.
Estimativas indicam que o segmento cresceu 3,6% no ano passado, mas a expectativa para 2025 é de uma desaceleração para 1%.
Caldeira explica: “O crédito caro impacta diretamente a indústria, pois o setor tem poucas alternativas de financiamento.” Além dos juros elevados, a inflação e os gastos públicos também devem dificultar a retomada do crescimento.
Inflação e Contas Públicas
Os gastos do governo e a inflação continuam sendo desafios centrais.
O pacote fiscal apresentado pelo governo no final de 2024 não convenceu o mercado financeiro sobre a sustentabilidade da dívida pública, gerando expectativas por novas medidas de contenção de gastos.
A inflação deve encerrar 2025 em 5%, ultrapassando o limite superior da meta pelo segundo ano consecutivo. Em 2024, o índice fechou em 4,83%, acima do teto de 4,5%.
A meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%. A desvalorização do real e a alta nos preços dos alimentos são fatores que continuam pressionando os índices inflacionários.
Instabilidade Global e Impacto no Brasil
O cenário externo também adiciona incertezas ao futuro da economia brasileira.
A recente posse de Donald Trump nos Estados Unidos trouxe novas ameaças protecionistas. Durante sua campanha, Trump prometeu aumentar as tarifas de importação, com taxas de até 60% sobre produtos chineses, 25% sobre mercadorias do México e do Canadá, e entre 10% e 20% para outros países.
Caso as tarifas sejam implementadas, espera-se retaliações comerciais, podendo desencadear uma guerra tarifária. Isso elevaria a inflação global e pressionaria os juros internacionais, dificultando ainda mais o cenário para economias emergentes como o Brasil.
Caldeira conclui: “A instabilidade global traz um período de incerteza, e os próximos meses serão fundamentais para avaliar os desdobramentos das políticas econômicas adotadas.”
Com desafios tanto no front doméstico quanto no internacional, o Brasil precisará de estratégias eficazes para sustentar o crescimento econômico em 2025.