O engano da administração e a negação do amor

O engano da administração e a negação do amor

Existem dois tipos de pessoas: aquelas que são amadas, e aquelas que são admiradas.
Há uma grande diferença entre essas duas experiências.

Enquanto a pessoa admirada lida com comportamentos que a condicionam a essa posição — virtudes, talentos, resultados, elogios — a pessoa amada lida com a incondicionalidade. Ela é amada simplesmente por ser, não pelo que faz.
É possível ser admirado sem ser amado, mas quem é amado de verdade, quase sempre também é admirado — e sem precisar forçar nada para isso acontecer.

Na minha vida, conheci muitas pessoas admiradas.
Pessoas brilhantes, cheias de talentos, perfeccionistas, ávidas por resultados e, consequentemente, por aplausos.
Mas conheci poucas pessoas amadas.

Infelizmente, essa é a tônica da vida: muitos com os melhores cargos, altos salários, reconhecimento… mas com o coração vazio de amor, de aceitação, e de leveza.

Eu mesmo, por muitos anos, caminhei baseado em resultados.
Buscava ser o melhor.
Amava ser elogiado.
Me alimentava dos comentários das pessoas sobre mim, meus feitos e minhas palavras.
A admiração era a minha glória.

E quanto mais eu realizava, mais percebia que as pessoas gostavam de mim por aquilo que eu proporcionava, e não por quem eu realmente era.
Quisera eu poder voltar no tempo e fazer tudo de novo…
Mas desta vez, sem buscar aplausos.
Apenas sendo eu.
Gastando minha vida sendo amado, e não apenas admirado.
Mesmo que eu não tivesse nada a oferecer, ainda assim, ser amado.

Hoje, percebo que por muitos anos fui roubado.
Não de bens ou dinheiro.
Mas roubaram minha essência.
E o mais triste: eu permiti.

No casamento, no trabalho, nas amizades, na escola ou na igreja — estamos sempre sendo atacados por esse desejo silencioso de sermos os primeiros, não por excelência, mas por aprovação.

Vivemos chorando por dentro, nos culpando quando algo dá errado, porque fomos condicionados a esse ambiente diabólico de aceitação social.

Jesus também foi admirado por muitos:
— Pela multidão que comeu os pães;
— Por aqueles que viram Lázaro ressuscitar;
— Pelos que testemunharam a cura dos leprosos.

O engano da administração e a negação do amor

Mas os mesmos que o admiravam nos milagres, foram os que gritaram:

“Crucifica-o!”

Pedro, o apóstolo, dizia que morreria por Jesus.
Mas quando a pressão veio, negou até conhecê-lo.
Porque, naquele momento, sua fé era admiração…
Somente depois ele compreendeu o amor — e morreu por ele.

Como disse Salomão:

“Nem as muitas águas podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém oferecesse todos os bens de sua casa por esse amor, seria de todo desprezado.” (Cânticos 8:7)

O amor é inegociável.
Não se compra, não se troca, não se exige.
Ele é livre para abraçar quem o deseja.

Minha oração é que, no dia em que minha utilidade acabar, eu seja lembrado não pelo que fiz, mas por quem fui,
Que eu seja amado, e não apenas lembrado com admiração.

Como disse Pe. Fábio de Melo:

“O amor é o que resta quando nossa utilidade acaba.”

Que essa verdade sirva para mim… e também para você.

Deus te abençoe.

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