Alfabetização de adultos pode elevar renda em até 16%, aponta estudo

Alfabetização de adultos pode elevar renda em até 16%, aponta estudo
Alunos da Educação para Jovens e Adultos (EJA) Foto: Reprodução/Facebook

Voltar a estudar na vida adulta é um investimento com retorno comprovado. Um estudo inédito, encomendado pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com a ONU, revela que a Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem um impacto direto e positivo no bolso do trabalhador. A pesquisa aponta que concluir os estudos pode aumentar a renda em até 23% e ampliar significativamente as chances de conseguir um emprego formal e de qualidade.

Pesquisa inédita mostra impacto positivo da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no mercado de trabalho

 A educação de jovens e adultos (EJA) não apenas abre portas para o aprendizado, mas também melhora a qualidade de vida de quem volta para a escola. Um estudo inédito divulgado nesta quarta-feira (10) revelou que a modalidade pode aumentar a renda dos estudantes em até 16,3%, com impacto ainda maior entre pessoas de 46 a 60 anos, chegando a 23%.

Além do aumento de renda, a pesquisa mostrou que a EJA também eleva as chances de conseguir um emprego formal e de qualidade, ou seja, com remuneração mínima garantida e jornada de até 44 horas semanais.

Impacto em diferentes etapas

  • Alfabetização (AJA): renda até 23% maior para adultos mais velhos e 16,3% em média para quem tem entre 18 e 60 anos.

  • Ensino fundamental: incremento médio de 4,6% na renda; entre 26 e 35 anos, o ganho pode chegar a 14,9%.

  • Ensino médio: aumento médio de 6% nos rendimentos, chegando a 10% entre jovens de 26 a 35 anos.

O levantamento, encomendado pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com a ONU, reforça a importância estratégica da modalidade. Para a autora do estudo, Fabiana de Felicio, os benefícios econômicos são suficientes para justificar o esforço do retorno aos estudos, especialmente entre os mais jovens.

Avanços e desafios

Apesar da expansão da educação formal no Brasil nas últimas décadas, milhões de brasileiros ainda não concluíram a educação básica. Segundo o IBGE, há 9,1 milhões de pessoas com 15 anos ou mais não alfabetizadas, o equivalente a 5,3% da população nessa faixa etária.

Em 2023, cerca de 35 a cada 100 jovens não haviam terminado o ensino médio até os 20 anos, o que reforça a relevância da EJA e da AJA como caminhos para corrigir essa defasagem.

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Pacto EJA

O Pacto Nacional de Superação do Analfabetismo e Qualificação de Jovens e Adultos, lançado em 2024 pelo MEC, prevê a criação de 3,3 milhões de novas vagas e um investimento de R$ 4 bilhões em quatro anos. A proposta é integrar a formação básica com a educação profissional, ampliando as oportunidades no mercado de trabalho.

Oportunidade para mudar de vida

O estudo reforça que, além de ganhos individuais, a educação de jovens e adultos contribui para o desenvolvimento social, o aumento da produtividade e a redução da pobreza e da desigualdade.

E aqui está a principal mensagem: nunca é tarde para estudar. Muitos adultos deixam de procurar a escola por vergonha ou medo, mas a oportunidade de aprender pode transformar não só a renda, como também a forma de enxergar o mundo.

Retomar os estudos é uma forma de conquistar autonomia, ampliar horizontes e até mesmo se proteger contra a manipulação de ideias. Afinal, conhecimento é poder, e ninguém deve abrir mão do seu potencial de crescer e realizar mais.

Fonte: Agência Brasil

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Lagoa News

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Gabriel - diretor do Lagoa News

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