A guerra tarifária promovida por Donald Trump, especialmente em seu segundo mandato, representa uma das maiores disputas comerciais da história recente. Essa política, marcada pela imposição de tarifas sobre produtos importados de diversos países, tem como objetivo declarado proteger a indústria americana, reduzir déficits comerciais e fortalecer a economia dos Estados Unidos.
No entanto, as consequências dessa estratégia vão muito além das fronteiras americanas, afetando mercados globais, cadeias de suprimentos e relações diplomáticas.
Principais medidas adotadas por Trump

Desde o início de 2025, Trump intensificou sua política protecionista, implementando tarifas que variam de 10% a 104% sobre produtos de mais de 180 países. Entre os alvos principais estão a China, União Europeia, Canadá, México e Índia. Produtos como aço, alumínio, automóveis e bens agrícolas foram os mais impactados.
- China: Tarifas de até 104% foram aplicadas, com o objetivo de combater práticas comerciais consideradas desleais e reduzir o déficit comercial com o país asiático.
- União Europeia: Taxas de 20% sobre importações europeias, incluindo automóveis e produtos industriais.
- Brasil e América Latina: O Brasil foi taxado em 10%, uma das menores tarifas, mas setores como aço e alumínio sentiram os impactos.
Impactos econômicos globais
Nos Estados Unidos
Embora Trump tenha argumentado que as tarifas protegeriam empregos e fortaleceriam a economia americana, os efeitos internos foram mistos. Empresas e consumidores enfrentaram custos mais altos, especialmente em setores que dependem de insumos importados. Além disso, a inflação foi pressionada, e economistas alertaram para o risco de desaceleração econômica.
No comércio internacional
A guerra tarifária gerou uma onda de retaliações. Países como China, Canadá e União Europeia responderam com tarifas próprias sobre produtos americanos, criando um ambiente de incerteza nos mercados globais. Bolsas de valores registraram quedas significativas, e cadeias de suprimentos foram desestabilizadas.
Para o Brasil
O Brasil, embora tenha recebido uma das tarifas mais baixas, foi impactado em setores estratégicos como o de aço e alumínio. Além disso, a fabricante de aviões Embraer, que exporta para os EUA, enfrenta desafios adicionais. Por outro lado, especialistas apontam que o Brasil pode aproveitar oportunidades para expandir exportações em mercados onde os produtos americanos foram taxados.
Reações e críticas

A política tarifária de Trump foi amplamente criticada por líderes globais, economistas e até mesmo empresários americanos. Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, classificou o ambiente econômico como o mais perigoso desde a Segunda Guerra Mundial. Além disso, organizações como a Organização Mundial do Comércio (OMC) alertaram para os riscos de uma recessão global.
No cenário político, a estratégia de Trump também gerou divisões. Enquanto alguns apoiadores veem as tarifas como uma forma de fortalecer a economia americana, críticos argumentam que a medida prejudica consumidores e empresas locais, além de enfraquecer alianças internacionais.
O futuro do comércio global
A guerra tarifária de Trump marca uma mudança significativa no sistema de comércio global, que há décadas se baseava em princípios de livre mercado e cooperação internacional. À medida que países buscam alternativas para mitigar os impactos das tarifas, novas alianças comerciais podem surgir, redesenhando o mapa econômico global.
Especialistas destacam que, embora as tarifas possam trazer ganhos de curto prazo para alguns setores, os custos de longo prazo, como inflação, desaceleração econômica e tensões diplomáticas, podem superar os benefícios. O mundo observa com atenção os desdobramentos dessa política, que promete continuar moldando o comércio internacional nos próximos anos.