Implantes contraceptivos no SUS: O novo marco na saúde reprodutiva feminina

Implantes contraceptivos no SUS: O novo marco na saúde reprodutiva feminina
Imagem: Getty Images

O Sistema Único de Saúde (SUS) está prestes a adicionar um poderoso aliado no combate à gravidez não planejada. O Ministério da Saúde anunciou a disponibilidade do implante subdérmico contraceptivo de etonogestrel, conhecido comercialmente como Implanon. Reconhecido por sua eficácia e longa duração, o implante é considerado uma das soluções mais avançadas no controle da natalidade.

Segundo o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, este passo simboliza um avanço significativo no fortalecimento do planejamento reprodutivo no Brasil. Até 2026, a previsão é que 1,8 milhão de dispositivos sejam distribuídos gratuitamente em todo o território nacional, investimento avaliado em cerca de R$ 245 milhões.

O que é o implante subdérmico e como funciona?

O implante subdérmico é um dispositivo pequeno e flexível, geralmente do tamanho de um palito de fósforo, que é inserido sob a pele do braço. Uma vez colocado, ele libera hormônios (etonogestrel) de forma contínua, prevenindo a gravidez por até três anos.

Principais características do método:

  • Alta eficácia: Taxa de falha inferior a 0,05%.
  • Longa duração: Proteção garantida durante três anos sem necessidade de manutenção.
  • Fertilidade reversível: Após a remoção, a fertilidade retorna rapidamente.

O implante também se destaca como um dos métodos classificados como LARC (Contraceptivos Reversíveis de Longa Duração). Diferente de pílulas ou injetáveis, que exigem uso constante e correto, o LARC reduz a dependência do comportamento do usuário, garantindo maior confiabilidade.

Como o implante será oferecido no SUS?

A ampliação do acesso ao implante pelo SUS será acompanhada de estratégias para garantir sua implementação eficiente. Veja como ele será disponibilizado a partir do segundo semestre de 2025:

Etapas da disponibilização

  1. Publicação de portaria oficializando a inclusão do método no SUS.
  2. Aquisição e distribuição de dispositivos para Unidades Básicas de Saúde (UBS).
  3. Treinamento de profissionais: Médicos(as) e enfermeiros(as) serão capacitados para realizar a inserção e retirada do implante.
  4. Diretrizes atualizadas: Novos protocolos clínicos e materiais de orientação.

Meta ambiciosa

  • 2025: Distribuição de 500 mil dispositivos.
  • Até 2026: Meta de alcançar 1,8 milhão de implantes distribuídos.

A Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) será a responsável por coordenar a implementação do método em todos os territórios.

Benefícios da disponibilização no SUS

1. Prevenção de gravidezes não planejadas

O acesso ao implante subdérmico permitirá às mulheres maior controle reprodutivo, reduzindo a taxa de gravidezes não planejadas.

2. Redução da mortalidade materna

Essa política também alinha-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. O Brasil assumiu o compromisso de reduzir a mortalidade materna geral em 25% e entre mulheres negras em 50% até 2027, e o acesso a métodos contraceptivos eficazes é uma estratégia-chave nesse processo.

3. Impacto econômico e social

Com o custo do implante no mercado privado variando entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, sua oferta gratuita pelo SUS representa um enorme alívio financeiro para milhões de mulheres, garantindo equidade e acessibilidade.

O que está disponível atualmente no SUS?

Antes da incorporação do Implanon, os métodos contraceptivos disponibilizados pelo SUS incluíam:

  • Preservativos interno e externo.
  • DIU de cobre: Até então, o único LARC disponível.
  • Anticoncepcionais orais e injetáveis (mensal e trimestral).
  • Métodos cirúrgicos: Laqueadura tubária bilateral e vasectomia.

Com a chegada do novo implante, o Brasil amplia a diversidade e a eficácia dos métodos disponíveis, beneficiando um maior número de usuárias.

Caminho para o futuro

A inclusão do implante subdérmico no SUS marca um momento histórico para a saúde reprodutiva no Brasil. Essa inovação não apenas atende às necessidades práticas das mulheres, mas também simboliza o compromisso do governo em reduzir desigualdades e fomentar um planejamento reprodutivo mais eficaz e acessível.

À medida que esta política pública se expande, milhões de mulheres terão a oportunidade de decidir com mais autonomia sobre suas vidas. Esse é um avanço que transforma a saúde pública e, acima de tudo, a vida de milhares de brasileiras.

Compartilhe este artigo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *