De personal trainer a campeã de Mountain Bike, a trajetória de Larissa é a prova de que a vida pode mudar de rumo quando a paixão encontra um propósito. Nascida em Brasília e criada em Lagoa Santa, ela trocou a rotina das academias pela adrenalina das trilhas, descobrindo no ciclismo não apenas um esporte, mas um reflexo de sua própria determinação.
Conheça a jornada da atleta que enfrentou lesões, superou limites e aprendeu que, nas competições e na vida, a força mais poderosa não vem das pernas, mas da mente.
De Brasília a Lagoa Santa: um novo começo

Brasiliense de nascimento e lagoassantense de coração, Larissa chegou a Lagoa Santa aos 7 anos, quando seu pai, militar, foi transferido para a cidade. Entre lágrimas e saudades, ela precisou se adaptar à nova realidade, e foi no esporte que encontrou um refúgio para os conflitos internos e um cuidado essencial para a saúde.
Do personal trainer ao encontro com a bike
Durante um bom tempo, atuou como personal trainer em academias da região, ajudando outras pessoas a se conectarem com o movimento e o bem-estar. Mas sua vida ganhou novos rumos quando a bicicleta entrou em cena. Foi na pandemia que Larissa conheceu o ciclismo: no início, como distração para aliviar a mente em dias difíceis, mas, pouco a pouco, a brincadeira virou paixão — e a paixão se transformou em propósito.
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O nascimento da competidora
“Para distrair a mente, entrei para um grupo de ciclistas em Lagoa Santa. Era uma turma grande, animada, e fazíamos vários pedais juntos. Mas, com o tempo, percebi que queria algo além dos passeios: eu sentia vontade de competir, porque sou muito competitiva.”
Desde então, o MTB (mountain bike) passou a ser parte de quem ela é. Mais do que atleta, Larissa se define como uma mulher em constante transformação: determinada, curiosa e disposta a aprender a cada quilômetro vencido.
Lesões, desistências e um novo fôlego

O maior desafio que Larissa enfrentou não foi em provas, mas dentro do próprio corpo: uma fratura no quadril, causada pelo futebol, a afastou das trilhas de setembro a março.
“Depois do quadril vieram as tendinites, ílio-psoas, pequeno trocânter… cada passo era um desafio. Desanimei tanto que cheguei a decidir que não iria para o Sertão este ano. Mas, na última hora, algo mudou. Falei com Juninho, da General, meu patrocinador, e ele me disse: ‘Larissa, faz a inscrição e vai’. Foi o empurrão que eu precisava. Convidei minha amiga Fabiana para ser minha parceira. Disse apenas: ‘Bora?’ E, sem pensar duas vezes, ela topou. Assim, juntas, trouxemos o ouro para casa.”
Persistência nas trilhas

Persistência, aliás, nunca faltou a Larissa. Ela lembra de 2023, quando treinou intensamente para a Ultra Maratona Sertão Diamante, mas logo na primeira trilha sua bicicleta quebrou. “Fiquei quase uma hora parada até que um rapaz me ajudou a arrumar. Mesmo assim, voltei para a prova, concluí o percurso em oito horas e, apesar de tudo, conquistei o pódio.”
Brilho em Mariana: mais um capítulo de vitórias
Em 2025, Larissa brilhou em Mariana (MG), em uma das provas mais desafiadoras do calendário. Conquistou o título de Campeã na categoria Dupla Feminina, foi vice-campeã no UpHill no sábado e garantiu o ouro na Sub-40 no domingo .
O UpHill é uma subida de cerca de 800 metros extremamente íngreme, que consagra o atleta que chega primeiro ao topo. Ali, Larissa mostrou, mais uma vez, que sua força vai além da resistência física: é mental, estratégica e movida pela paixão.
O apoio da família e patrocinadores
Larissa conta com um apoio fundamental da família, especialmente de sua mãe, que acompanha cada conquista com orgulho, compartilhando fotos e resultados com familiares e amigos. Esse incentivo diário fortalece Larissa a cada prova e quilômetro percorrido.
Além disso, ela também conta com patrocinadores que tornam sua carreira possível, como Juninho, da General Motors, A Reboque União e seu mecânico, garantindo que Larissa tenha todo suporte para competir em alto nível.
A mente como diferencial
Dentro das trilhas do Mountain Bike, Larissa aprendeu que o maior desafio não é apenas físico. Acima do equipamento e do condicionamento, está a mente. É ela quem define quem cruza ou não a linha de chegada.