Em 2025, o Brasil deu um passo significativo em direção à igualdade de gênero com a abertura do alistamento militar voluntário para mulheres. Pela primeira vez na história, brasileiras que completam 18 anos podem se inscrever para integrar as Forças Armadas como soldados, marinheiras-recrutas ou soldados de segunda classe.
Essa iniciativa, formalizada pelo Decreto nº 12.154 de 2024, representa uma transformação na estrutura militar do país, permitindo que mulheres ocupem funções combatentes e administrativas em igualdade de condições com os homens.
Como Funciona o Alistamento Militar Feminino

O alistamento militar feminino, iniciado em janeiro de 2025, é voluntário e segue até 30 de junho. As candidatas devem ter nascido em 2007 e completar 18 anos em 2025. O processo pode ser realizado online, pelo site oficial do Exército Brasileiro, ou presencialmente em Juntas de Serviço Militar.
Etapas do Processo Seletivo
O processo de seleção para o Serviço Militar Inicial Feminino (SMIF) é composto por cinco etapas principais:
- Alistamento: Inscrição online ou presencial.
- Seleção Geral: Entrevistas, exames médicos e testes físicos.
- Designação: Alocação das candidatas em unidades militares.
- Seleção Complementar: Avaliação final nas organizações militares.
- Incorporação: Início do serviço militar, previsto para 2026.
As mulheres selecionadas terão os mesmos direitos e deveres que os homens, incluindo remuneração, auxílio-alimentação, licença-maternidade e contagem de tempo para aposentadoria.
Impacto e Significado da Inclusão Feminina
A abertura do alistamento feminino é um marco na história das Forças Armadas brasileiras. Até então, as mulheres só podiam ingressar por meio de concursos públicos para cargos de oficiais e sargentos, geralmente em áreas como saúde, logística e ensino. Com essa mudança, elas agora podem atuar em funções combatentes, ampliando sua participação em operações militares.
Números e Expectativas
Em 2025, foram disponibilizadas 1.465 vagas para mulheres, distribuídas entre o Exército (1.010), Aeronáutica (300) e Marinha (155). Até o início de abril, mais de 27 mil mulheres já haviam se inscrito, demonstrando o grande interesse feminino em contribuir para a defesa do país. A expectativa é que, nos próximos anos, as mulheres ocupem até 20% das vagas disponíveis nas Forças Armadas.
Depoimentos das Pioneiras
Entre as primeiras mulheres a se alistarem estão Hellen Novais, Heloísa Oliveira dos Anjos e Ana Roberta da Silva Gomes. Elas expressaram entusiasmo em fazer parte desse momento histórico e inspirar outras mulheres a seguirem a carreira militar. “Sempre sonhei em servir. Como pioneiras, vamos mostrar que somos capazes de contribuir igualmente para a defesa do Brasil”, afirmou Hellen Novais.
O Futuro das Mulheres nas Forças Armadas
A inclusão feminina no serviço militar inicial é um reflexo das mudanças sociais e culturais no Brasil. Além de promover a igualdade de gênero, essa iniciativa fortalece as Forças Armadas, trazendo diversidade e novas perspectivas para as operações militares. Com o tempo, espera-se que a presença feminina contribua para a modernização e a eficiência das instituições militares brasileiras.
A abertura do alistamento militar feminino é mais do que uma conquista para as mulheres; é um avanço para toda a sociedade brasileira, que caminha em direção a um futuro mais inclusivo e igualitário.