A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) faz operação na manhã desta quinta-feira (07) contra influenciadores que divulgam jogos de azar em suas redes sociais. A ação é fruto de uma investigação que busca coibir a divulgação de cassinos online, que são proibidos no Brasil, mas que são abertamente divulgados pelos investigados. Além disso, a PCRJ afirma que os influenciadores prometiam retornos vultuosos e que muitas vezes os apostadores não conseguiam sacar as quantias.
Alvos da ação
De acordo com matéria da Folha de S. Paulo, são alvos da operação influenciadores com grandes números de seguidores, como Maurício Martins Júnior, mais conhecido como MauMauZK. O produtor de conteúdo faz vídeos relacionados a humor, jogos online e experiências pessoais. Outra influenciadora conhecida do público é Bia Miranda, que possui mais de 5 milhões de seguidores no Instagram.
Outros alvos citados na matéria da Folha (conhecidos como nas redes):
- Jenny Miranda
- Rafael da Rocha Buarque
- Samuel Sant’anna da Costa – Gato Pret
- Sun Chunyang
Acusações, diligências da investigação e declarações
De acordo com a declaração publicada pela Folha, os agentes notaram sinais de enriquecimento desproporcional ao que os influenciadores declaram para a receita.
“No decorrer das investigações, foram identificados sinais claros de enriquecimento incompatível com a renda declarada pelos influenciadores, que ostentavam nas redes sociais estilos de vida luxuosos, com viagens internacionais, veículos de alto padrão e imóveis de alto valor”, afirmou a Polícia Civil.
As diligências também envolvem a Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), que participa da apuração de dados financeiros dos acusados. As investigações das finanças dos alvos identificaram movimentações atípicas que superam R$ 4,5 bilhões, realizadas por contas vinculadas aos associados.
Também é investigado um possível crime de formação de quadrilha envolvendo os alvos da operação. De acordo com os policiais, existia uma rede usada para divulgar os cassinos online.
“Nós identificamos uma rede de influenciadores que divulgavam jogos de azar, de aposta, que são jogos proibidos no Brasil. Não são casas de apostas esportivas, as bets, são cassinos online que são proibidos. E esses influenciadores prometiam ganhos vultuosos para seus seguidores e, muitas vezes, quando ganhavam, não conseguiam sacar”, disse o delegado Renan Mello.
O governador do Rio, Claudio Castro (PL), disse em nota:
“O combate a esses crimes virtuais, com promessas falsas de lucros, que prejudicam tantas famílias, é uma prioridade. Vamos continuar investindo em inteligência e tecnologia para acabar com essas organizações criminosas”, acrescentou.
Combate aos crimes virtuais é atual e urgente
Em uma sociedade que cada vez mais convive com as mídias digitais no centro das relações, é importante que os órgãos responsáveis estejam atentos a qualquer desvio da constituição nas redes sociais e em todo o ambiente virtual. A discussão sobre liberdade de expressão nas redes sociais é pauta que tumultua o debate público e já virou inclusive assunto do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em junho de 2025, o STF votou por 8 a 3 para responsabilizar as plataformas por conteúdos produzidos por terceiros. A tese estabelecida é de que o artigo 19 do Marco Civil da Internet é parcialmente inconstitucional. A decisão ampliou a responsabilidade das plataformas sobre o que é publicado e sublinha a importância do cuidado em relação a conteúdos ilícitos graves, como atos antidemocráticos ou crimes sexuais, indicando que a falha frequente em adotar medidas de prevenção ou remoção.
