Pafos FC: de clube jovem a sensação europeia — a saga cipriota na Champions

Pafos FC: de clube jovem a sensação europeia a saga cipriota na Champions
Foto: Reprodução / X

Com apenas onze anos de fundação, o Pafos FC transformou-se de uma fusão modesta em um protagonista histórico e improvável do futebol europeu. Nesta terça-feira (26 de agosto de 2025), o clube alcançou a inédita classificação para a fase de ligas da UEFA Champions League um feito que marca um capítulo brilhante na trajetória do time do Chipre.

Pelo talento brasileiro de Jajá, ex-Cruzeiro e Athletico, que definiu com um golaço nos acréscimos, e uma ascensão construída com coragem, planejamento e coletividade.

Raízes humildes e ascensão meteórica

O Pafos FC surgiu em junho de 2014, fruto da fusão entre AEK Kouklia e AEP Paphos, dois clubes sem grande expressão no cenário do futebol do Chipre. O objetivo era criar um representante sólido para a região de Pafos, capaz de crescer competitivamente e estruturalmente.

A investida se consolidou com a chegada de investidores em 2017, vinculados ao empresário Roman Dubov, responsável por uma profissionalização geral do clube e investimentos na base, no centro de treinamentos e no time principal.

A alavancagem veio em 2024, quando o Pafos conquistou sua primeira taça: a Copa do Chipre, antes nunca vencida, seguida pela inédita conquista do Campeonato Cipriota na temporada 2024–25. Essas conquistas abriram as portas da Europa: estreia na UEFA Europa Conference League, boas campanhas, e agora, um espaço na competição de clubes mais disputada de todas, a UEFA Champions League

O jogo que virou história: drama, empate épico e o herói brasileiro

Pafos FC a trajetória do time de 11 anos à Champions 02
Brasileiro Jajá comemora o gol da classificação do Pafos para a fase principal da Champions League — Foto: REUTERS/Yiannis Kourtoglou

A partida decisiva contra o poderoso Estrela Vermelha, da Sérvia, que já foi campeão da Champions em 1990/91, foi jogada no Alphamega Stadium, em Limassol, já que o estádio de Pafos não comporta jogos da elite europeia. A equipe já vinha com vantagem de 2 a 1 após o triunfo fora de casa, em Belgrado. No entanto, o jogo de volta foi tenso e dramático: a equipe da Sérvia abriu o placar aos 15 minutos do segundo tempo, colocando pressão total sobre os anfitriões.

Quando parecia que o sonho escapava nos minutos finais, surgiu Jajá. O atacante brasileiro, que havia começado no banco, foi ao ataque e, aos 44, acertou um chute monumental com estilo: limpou o goleiro com um toque certeiro no ângulo. Foi o empate por 1 a 1 que selou a classificação: 3 a 2 no agregado.

De promessas a protagonistas

Além de Jajá, o elenco do Pafos conta com uma pequena legião brasileira: Bruno Felipe (lateral), Anderson Silva (atacante), Pedrão (zagueiro) e David Luiz — o famoso defensor, com passagens por Arsenal, PSG e Seleção — que ainda não jogou mas exerce influência como “mentor” fora de campo.

Essa mescla de talentos e experiências ajudou na formação de um grupo competitivo e resiliente. Em apenas três anos, o clube subiu das divisões inferiores até conquistar a Cyprus League e agora chegar à Champions League, tudo sob gestão profissional e planejamento sério.

Símbolo de superação e inspiração europeia

O feito do Pafos ecoa além do Chipre. Na temporada 2025/26, três clubes estreantes levaram a Champions League aos limites do continente. O Kairat do Cazaquistão, o Bodo/Glimt da Noruega e o próprio Pafos, do sul da Europa, estão levando a competição a fronteiras antes nunca alcançadas.

Para o Pafos, planeta futebol, isso é muito mais que uma vaga: é a consagração de um projeto construído com visão, investimento e organização. Um time que surgiu de uma fusão local e hoje desafia gigantes em sua estreia entre os melhores clubes da Europa.

O que vem pela frente?

A próxima missão do clube será o sorteio da fase de ligas da Champions — o modelo “suíço”, com 36 equipes jogando oito partidas cada, e eliminatórias diretas para definir os classificados.O adversário ainda não está definido, mas estejam certos: o Pafos chega com moral, história e vontade de ficar.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Lagoa News

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