Moscou afirma buscar solução diplomática, mas culpa Kiev por travar o diálogo; conflito na Ucrânia entra no quarto ano sem perspectiva de acordo
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta segunda-feira (10) que a Rússia deseja o fim da guerra na Ucrânia “o mais rápido possível”, mas reconheceu que o processo de paz está em impasse. A declaração foi uma resposta aos comentários do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que disse acreditar em um desfecho próximo para o conflito.
Segundo Peskov, Moscou ainda prefere uma solução política e diplomática, mas “somente quando seus objetivos forem atingidos”. Ele voltou a atribuir a paralisação das negociações à Ucrânia, alegando que o governo de Volodymyr Zelenskiy é incentivado por países europeus a continuar a guerra em busca de vitória militar.
“A Rússia quer que a guerra termine, mas com segurança garantida e reconhecimento de suas conquistas territoriais”, declarou Peskov.
As conversas diretas entre Moscou e Kiev estão suspensas desde 23 de julho, e não há previsão de retomada. A Ucrânia rejeita as condições impostas pelo Kremlin, que incluem a manutenção do controle russo sobre parte das regiões anexadas.
Conflito se arrasta há quase quatro anos
Com a guerra se aproximando do quarto ano, a Rússia controla cerca de 19% do território ucraniano e mantém ofensivas ativas sobre Pokrovsk e Kupiansk, cidades estratégicas no leste do país.
A exigência de que um eventual encontro entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelenskiy aconteça em Moscou foi rechaçada por Kiev, que acusa a Rússia de falta de disposição para um acordo real.
Impasse diplomático e impacto global
Analistas afirmam que, embora o discurso russo sinalize interesse em uma trégua, as condições exigidas por Moscou tornam o diálogo praticamente inviável.
O prolongamento do conflito agrava a crise humanitária, pressiona economias europeias e mantém o risco de escalada militar em uma das regiões mais tensas do planeta.
Perspectivas
Sem concessões de ambos os lados, o cenário mais provável é de prolongamento da guerra nos próximos meses.
Organismos internacionais e potências ocidentais devem continuar tentando intermediar o diálogo, mas até agora nenhuma proposta concreta de cessar-fogo avançou.













