Suspensão do edital do Vetor Norte: entenda impactos das concessões rodoviárias em Minas Gerais

Concessão do Vetor Norte suspensa Análise dos impactos
Licitação foi alvo de polêmica nos últimos meses; deputados de base e de oposição se mostraram contrários a edital do governo Zema. Foto: Flavio Tavares / O Tempo

A suspensão do edital de concessão de rodovias no Vetor Norte da RMBH tem gerado repercussões políticas, econômicas e sociais na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG), confirmada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), trava os planos do governo estadual de ampliar as concessões rodoviárias em Minas até 2025.

Neste artigo, você vai entender o que é o Vetor Norte, quais eram os planos de concessão, os principais motivos da suspensão e as consequências para municípios como Lagoa Santa, Vespasiano e Prudente de Morais.

O que é o Vetor Norte e o plano de concessão de rodovias

O Lote Vetor Norte abrangia cerca de 124 km de rodovias estaduais na RMBH, incluindo trechos de grande fluxo.
 O edital previa:

  • 13 praças de pedágio ao longo das vias;
  • investimento bilionário em infraestrutura viária;
  • prazo de concessão de 30 anos, prorrogáveis;
  • impacto direto em 12 municípios da região.

O projeto fazia parte da estratégia estadual de ampliar a malha viária sob gestão privada, com foco em atrair investimentos até o fim de 2025.

Motivos da suspensão do edital pelo TCE-MG

Em abril de 2025, o TCE-MG suspendeu monocraticamente o edital do Vetor Norte após identificar inconsistências. Entre os principais problemas:

  • Audiências públicas insuficientes: realizadas em apenas dois dias, em Belo Horizonte e Vespasiano, com pouca divulgação e baixa participação dos municípios afetados.
  • Falta de respostas às críticas levantadas nessas audiências.
  • Desequilíbrios no modelo econômico-financeiro: maior ênfase no retorno privado e menor atenção à modicidade tarifária (pedágios acessíveis).
  • Alterações de última hora no edital, sem justificativas técnicas adequadas.

Posteriormente, o Pleno do TCE confirmou a suspensão, e o TJMG manteve a decisão, determinando que o governo revise os estudos e amplie a participação social.

Consequências para a Região Metropolitana de BH

A suspensão impacta diretamente o cronograma de concessões rodoviárias de Minas Gerais. Até agora, apenas o lote Ouro Preto–Mariana foi leiloado com sucesso.

Prefeitos, deputados estaduais e usuários de rodovias manifestaram insatisfação com o modelo, apontando:

  • falta de transparência;
  • risco de tarifas elevadas;
  • ausência de participação social adequada.

Em Lagoa Santa e municípios vizinhos, o projeto incluía anéis viários e melhorias em estradas estratégicas. Com a suspensão, o governo estadual anunciou apenas ações emergenciais, como recuperação de asfalto nos trechos atuais.

Situação atual e próximos passos

O edital do Vetor Norte permanece suspenso, e só poderá ser retomado após:

  • revisão da modelagem econômico-financeira;
  • realização de audiências públicas presenciais e híbridas em todos os municípios impactados;
  • correção das falhas apontadas pelo TCE.

Enquanto isso, o governo anunciou a abertura de consulta pública para o Lote Noroeste, com prazo de contribuições até 25 de outubro de 2025.

A expectativa é que o cronograma de concessões rodoviárias de Minas seja recalibrado, buscando equilíbrio entre atração de investimentos, tarifas acessíveis e maior participação social.

Desafios e caminhos para as concessões rodoviárias em Minas

A suspensão do edital de concessão do Vetor Norte em Minas Gerais revela a importância da transparência, da participação popular e da responsabilidade técnica em projetos de grande impacto social e econômico.

Enquanto não houver consenso político e ajustes técnicos, municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, como Lagoa Santa, Prudente de Morais e Vespasiano, seguirão sem as obras prometidas no modelo de concessão.

O debate sobre pedágios, mobilidade urbana e infraestrutura viária no Vetor Norte continua sendo um dos temas centrais para o planejamento de Minas Gerais até 2025.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Lagoa News

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Eyshila Gonçalves - lagoa news

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