Vacinação é uma das principais aliadas contra surto de conjuntivite

Vacinação é uma das principais aliadas contra surto de conjuntivite

Para especialistas em saúde pública, a vacinação contra o vírus influenza e a manutenção de uma boa imunidade são fatores que podem ajudar na prevenção de complicações associadas à conjuntivite viral. Embora não exista uma vacina específica contra os adenovírus – principais causadores da forma viral da doença –, manter-se protegido contra outras doenças respiratórias reduz o risco de infecções oportunistas.

Além disso, o fortalecimento do sistema imunológico com hábitos saudáveis, como alimentação rica em vitaminas, hidratação constante e prática de atividades físicas, pode ser essencial na prevenção de surtos mais intensos.

A Secretaria Municipal de Saúde orienta que pacientes com sintomas devem evitar a automedicação. O uso incorreto de colírios antibióticos, sem prescrição médica, pode agravar o quadro e causar resistência bacteriana. A orientação é procurar atendimento médico logo nos primeiros sinais.

Escolas e locais públicos exigem maior atenção

Com o avanço do surto, creches e escolas se tornaram ambientes de alta propagação. Crianças pequenas, que têm maior dificuldade em manter a higiene das mãos e evitar o contato direto com os colegas, estão entre as mais afetadas. Segundo o boletim da Secretaria Estadual de Saúde, mais de 30% dos casos reportados no último mês envolvem crianças entre 4 e 12 anos.

As instituições de ensino de Lagoa Santa estão sendo orientadas a reforçar as medidas de prevenção. Algumas escolas privadas já adotaram políticas de afastamento temporário de alunos com sintomas. A rede municipal de ensino também emitiu uma nota com orientações para professores e responsáveis.

“Estamos reforçando os protocolos de limpeza, intensificando o uso de álcool em gel nas salas e recomendando o uso de óculos de proteção para crianças com maior sensibilidade”, explica a coordenadora pedagógica Ana Paula Borges, de uma escola da região central.

Epidemia de conjuntivite no outono: entenda os motivos do aumento

Vacinação é uma das principais aliadas contra surto de conjuntivite

O número crescente de casos em abril e maio está diretamente relacionado às características climáticas da estação. No outono, o ar mais seco e a baixa umidade favorecem o ressecamento ocular, facilitando a entrada de vírus e bactérias. Além disso, a maior circulação de pessoas em ambientes fechados, como transporte público, shoppings e salas de aula, aumenta significativamente o risco de contágio.

Segundo a infectologista Dra. Raquel Martins, do Hospital Risoleta Neves, os sintomas podem se intensificar com o acúmulo de poluentes no ar e com o uso excessivo de telas, que diminuem a lubrificação dos olhos. “Pacientes que já têm alguma predisposição a alergias oculares devem redobrar os cuidados. Ao menor sinal de vermelhidão, ardência ou secreção, é preciso buscar avaliação médica”, alerta.

Cuidados caseiros ajudam no alívio dos sintomas

Embora o diagnóstico e tratamento deva ser feito por um profissional de saúde, algumas medidas simples podem ser adotadas em casa para aliviar os sintomas da conjuntivite:

  • Compressas frias com gaze ou algodão limpo ajudam a reduzir o inchaço e o desconforto.
  • Soro fisiológico 0,9% pode ser utilizado para higienização dos olhos, desde que em frascos individuais e sem contato direto com os olhos.
  • Descanso ocular, com redução do uso de telas e luz forte, é indicado durante a fase mais aguda da inflamação.

É importante lembrar que colírios e medicamentos só devem ser utilizados com prescrição médica. Produtos errados podem causar complicações e até piorar o quadro.

Como a cidade está se mobilizando

Em resposta ao crescimento expressivo dos casos, a Prefeitura de Lagoa Santa montou uma força-tarefa entre as unidades básicas de saúde e o Hospital Lindouro Avelar. Foram reforçadas as escalas de atendimento, com foco em acolher os pacientes com sintomas leves e direcionar os casos moderados para acompanhamento especializado.

A cidade também investe em ações educativas por meio de panfletos, vídeos nas redes sociais e orientação nas escolas. “A informação é a principal arma contra a propagação da conjuntivite. Estamos fazendo tudo para evitar uma explosão ainda maior de casos”, garante o secretário municipal de Saúde, Marco Túlio Almeida.

População deve colaborar para conter avanço

Mesmo com os esforços das autoridades, o controle da conjuntivite depende, sobretudo, da colaboração dos moradores de Lagoa Santa. Evitar aglomerações, não compartilhar objetos pessoais, manter a higiene das mãos e usar máscara se estiver com sintomas são atitudes fundamentais.

A população também deve evitar espalhar desinformação. Muitos boatos têm circulado em grupos de mensagens, sugerindo tratamentos caseiros perigosos e sem comprovação. “Não existe receita milagrosa. A prevenção continua sendo a melhor solução”, reforça a médica oftalmologista Flávia Garcia, especialista em saúde pública.

Conjuntivite pode indicar surtos de outras doenças

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, surtos de conjuntivite viral podem anteceder ou acompanhar picos de outras doenças respiratórias, como influenza e COVID-19. Isso porque a forma de transmissão é semelhante: contato direto com secreções, superfícies contaminadas e gotículas no ar.

Em Lagoa Santa, já foram identificados casos simultâneos de conjuntivite e gripe em adultos jovens. A combinação de sintomas tem preocupado profissionais da saúde pela possibilidade de complicações respiratórias. Por isso, é recomendável que pacientes com febre persistente, tosse ou dor de cabeça procurem avaliação clínica.

Saiba quando procurar ajuda médica imediata

A maioria dos casos de conjuntivite se resolve em 7 a 10 dias com repouso e cuidados básicos. No entanto, é necessário procurar atendimento médico imediatamente se houver:

  • Dor intensa nos olhos ou na cabeça
  • Sensibilidade exagerada à luz (fotofobia)
  • Visão turva ou perda de visão
  • Secreção amarelada intensa e contínua
  • Febre alta persistente

Esses sintomas podem indicar uma forma mais grave da infecção ou associação com outras doenças.

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