Para abordar a questão da violência nas escolas, é essencial que o retorno às atividades escolares após um período de recesso seja marcado por uma conscientização coletiva e um compromisso com o respeito mútuo. A violência nos ambientes escolares é um problema sério que precisa ser enfrentado com determinação para que possamos criar um ambiente seguro e acolhedor para todos os estudantes. Em 2023, dados do Data Senado revelaram que quase 7 milhões de estudantes no Brasil são vítimas de algum tipo de violência nas escolas, e a situação na cidade de Lagoa Santa reflete essa realidade preocupante.
A assistente social Damaris Gonçalves compartilha sua experiência ao acolher vítimas de bullying, destacando a importância de as instituições escolares reconhecerem e agirem sobre esses casos para evitar a evasão escolar e promover a reintegração dos alunos.
Este artigo explora a responsabilidade das escolas em implementar medidas de conscientização e prevenção, conforme previsto na Lei 13.185/2015, e destaca exemplos de boas práticas em instituições que têm trabalhado para combater a intimidação sistemática e promover uma cultura de paz.
Violência nas escolas: Por Jacqueline Athayde
Após um período de recesso, é importante que o retorno à vida escolar aconteça com consciência e respeito. Os atos de violência presentes nos ambientes escolares devem ser tratados com seriedade para que tais incidentes deixem de ocorrer. Em 2023, o Data Senado registrou que quase 7 milhões de estudantes sofrem algum tipo de violência nas escolas brasileiras, e na cidade de Lagoa Santa não é diferente. “Eu já acolhi vítimas de bullying no ambiente escolar após três anos de evasão”, conta a assistente social Damaris Gonçalves.
A instituição escolar precisa estar atenta para que casos como o mencionado pela assistente social não se repitam. “Na ocasião, verificou-se que a escola não percebia a violência como uma questão real. Entendeu a ausência do aluno como indisciplina e não aplicou o processo de readaptação ou redução dos danos causados”, relembra a profissional.
Casos como esse ocorrem em várias escolas e o resultado são vítimas rompendo o vínculo com a instituição, devido à falta de compreensão da coordenação escolar sobre o processo de adoecimento, levando assim o aluno a buscar outras instituições.
As escolas têm um papel fundamental neste processo de combate à intimidação sistemática. “É importante que as instituições escolares compreendam o que é o bullying e desenvolvam ações pedagógicas capazes de orientar a comunidade escolar sobre os prejuízos e as formas de evitar tal violação”, explica Damaris Gonçalves.
O dever de assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnóstico e combate à violência e à intimidação sistemática está previsto na Lei 13.185/2015. A diretora da Escola Municipal Coronel Pedro Vieira de Freitas, em Lagoa Santa, Efigênia Lomasso, tem colocado em prática a legislação e afirma que: “na escola, essas medidas são tomadas desde a fase inicial de ensino”. Segundo ela, o trabalho de conscientização e prevenção ocorre de forma adaptada a cada idade e nível de compreensão do aluno.
Já a diretora Cristine Mattos contou que na Escola Municipal Professor Melo Teixeira, o tema é abordado por meio de aulas de conscientização (respeito às diferenças, visando a uma cultura de paz) e com a participação de profissionais da área de saúde que ministram palestras.
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Além da orientação e prevenção, é necessário identificar e tomar as seguintes medidas: “acolher o menor e encaminhar o caso à equipe de saúde, caso percebam atraso no desenvolvimento, alterações bruscas de comportamento ou na saúde clínica do aluno”, orienta a assistente social.
Vale salientar que, quando um aluno é encaminhado à assistência social, ele será escutado juntamente com a família e, posteriormente, o caso será discutido na escola. Dessa forma, as instituições de ensino são peças fundamentais para que o programa de combate se torne eficaz.
Por Jacqueline Athayde