Ministério da Saúde intensifica ações e amplia estoque de antídoto em resposta ao aumento de casos suspeitos de uso de metanol em bebidas, a maioria concentrada em São Paulo.
Um alerta de saúde pública foi acionado em todo o Brasil após o Ministério da Saúde confirmar o registro de 59 notificações de intoxicação por metanol. A substância, altamente tóxica, é suspeita de ter sido utilizada na adulteração de bebidas alcoólicas, levando a uma resposta rápida das autoridades para conter o avanço do problema e garantir o tratamento das vítimas.
Do total de casos notificados, a grande maioria está concentrada no estado de São Paulo, com 53 registros. Pernambuco notificou cinco casos e o Distrito Federal, um. Desse universo, 11 casos já tiveram a presença de metanol confirmada por exames laboratoriais. As autoridades investigam a possibilidade de um esquema criminoso com motivação econômica, onde o metanol seria adicionado para aumentar o volume de bebidas.
Ação imediata e o uso do etanol como antídoto

Em resposta à emergência, o Ministério da Saúde estabeleceu uma sala de situação para monitorar os casos e coordenar as ações em nível nacional. Uma das principais medidas foi a ampliação do estoque de etanol farmacêutico, que funciona como antídoto para a intoxicação por metanol. O tratamento, que deve ser iniciado o mais rápido possível após os primeiros sintomas, utiliza o etanol para competir com o metanol no organismo, neutralizando seus efeitos tóxicos e prevenindo sequelas graves ou a morte.
O governo federal já disponibilizou um estoque de 4.300 ampolas do antídoto e prepara a compra emergencial de mais 5 mil tratamentos para garantir um estoque estratégico. Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mapeou 604 farmácias de manipulação em todo o país que têm a capacidade de produzir o etanol farmacêutico, caso a demanda aumente.
Sintomas e recomendações
A intoxicação por metanol pode causar uma série de sintomas que se manifestam entre 12 e 24 horas após a ingestão. É crucial que a população esteja atenta e procure atendimento médico imediato ao identificar sinais como:
- Dor abdominal e cólicas
- Sonolência, tontura e confusão mental
- Náuseas e vômitos
- Visão turva, sensibilidade à luz (fotofobia) e até cegueira
As autoridades de saúde reforçam a recomendação para que a população evite o consumo de bebidas de origem duvidosa, sem rótulo, lacre de segurança ou selo fiscal. É fundamental adquirir produtos apenas de fabricantes legalizados e desconfiar de preços muito abaixo do mercado, pois podem ser um indicativo de adulteração. Em caso de suspeita, o Disque-Intoxicação da Anvisa (0800 722 6001) e os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) de cada região podem ser acionados para orientação.