A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfrenta uma crise financeira sem precedentes após a saída dos Estados Unidos, seu principal doador. A decisão, anunciada pelo governo de Donald Trump, resultará em uma redução de 20% no orçamento da entidade, impactando diretamente programas globais de saúde e assistência humanitária.
O Impacto da Saída dos EUA no Financiamento da OMS

Os Estados Unidos eram responsáveis por aproximadamente 16,3% do orçamento total da OMS, contribuindo com cerca de US$ 600 milhões anuais. Essa quantia representava uma parte significativa dos recursos destinados a iniciativas como campanhas de vacinação, combate a epidemias e resposta a emergências sanitárias em países em desenvolvimento.
Com a retirada, a OMS revisou suas projeções financeiras para o biênio 2026-2027. O orçamento, inicialmente proposto em US$ 5,3 bilhões, foi reduzido para US$ 4,2 bilhões, uma queda de 21%. Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, “não há outra opção” além de implementar cortes drásticos em missões, pessoal e projetos.
Razões Alegadas pelos EUA para a Retirada
O governo Trump justificou a saída com críticas à gestão da OMS durante a pandemia de COVID-19 e outras crises globais de saúde. Além disso, acusou a organização de favorecer a China e de não adotar reformas necessárias. A decisão também foi motivada por um suposto desequilíbrio nas contribuições financeiras entre Washington e Pequim.
Essa não é a primeira vez que os EUA ameaçam cortar laços com a OMS. Durante o primeiro mandato de Trump, em 2020, o país iniciou o processo de retirada, revertido posteriormente por Joe Biden. No entanto, com o retorno de Trump à presidência, a decisão foi retomada e formalizada.
Consequências Globais dos Cortes Orçamentários
A redução no orçamento da OMS terá impactos significativos em diversas áreas. Programas essenciais, como o combate a doenças infecciosas, campanhas de imunização e resposta a emergências, estão em risco. Países em desenvolvimento, que dependem fortemente do apoio da organização, serão os mais afetados.
Além disso, a saída dos EUA enfraquece a capacidade da OMS de coordenar esforços globais de saúde. A perda de financiamento também compromete a colaboração com agências americanas, como os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que desempenham um papel crucial no combate a epidemias.
Estratégias da OMS para Mitigar a Crise
Diante da crise, a OMS busca alternativas para compensar a perda de financiamento. Entre as estratégias estão o aumento de contribuições de outros países-membros, parcerias com entidades privadas e doações de filantropos. No entanto, especialistas alertam que essas medidas podem não ser suficientes para preencher a lacuna deixada pelos EUA.
Tedros Adhanom destacou que os cortes começarão pela sede da organização, em Genebra, mas afetarão todos os níveis e regiões. A OMS também planeja priorizar recursos e atividades, com foco em áreas de maior impacto.
O Futuro da Saúde Global
A saída dos EUA da OMS representa um desafio significativo para a saúde global. A colaboração internacional é essencial para enfrentar crises sanitárias e garantir o acesso equitativo a tratamentos e vacinas. A redução no orçamento da OMS pode comprometer décadas de progresso em saúde pública, especialmente em regiões vulneráveis.
A comunidade internacional agora enfrenta a tarefa de encontrar soluções para fortalecer a OMS e garantir que ela continue desempenhando seu papel vital na promoção da saúde global.