Na última sexta-feira tivemos a famosa Black Friday, que ocorre geralmente na última semana de novembro (apesar de muitas empresas promoverem o evento em todo o mês). A data é conhecida por um movimento no comércio no qual as lojas promovem ações para aumentar a quantidade de vendas, que acontece por meio de descontos nos produtos.
Como surgiu a Black Friday?
A estratégia de vendas surgiu nos Estados Unidos e se consolidou no final do século XX. Tradicionalmente, a Black Friday ocorre um dia depois do feriado do Dia de Ações de Graças, muito comum nos EUA. A data também está relacionada com o Natal, uma vez que se considera que a partir da Black Friday se inaugura a temporada de compras natalinas.
Não existe um motivo concreto para a utilização do termo Black Friday. O primeiro registro do seu uso foi no dia 24 de setembro de 1869, data marcada pela grande alta no preço do ouro nos Estados Unidos, que “quebrou” a economia do país naquela sexta-feira. Ou seja, inicialmente, a expressão foi usada para representar um momento economicamente negativo.
Outra alternativa que pode explicar o uso do termo é pelo seguinte caso: a relação entre os policiais da Filadélfia nos anos 1950 e a data de grandes descontos. A teoria afirma que eles descreveram o caos no trânsito e nas lojas no dia seguinte do feriado de Ação de Graças como Black Friday e, a partir disso, o termo pode ter se popularizado em todo o mundo.
Black Friday no Brasil e a influência da internet
No Brasil, a Black Friday foi utilizada pela primeira vez em 2010 e até hoje é a data de maior faturamento das lojas no país. A partir de seu surgimento, muitos consumidores reclamaram e ainda reclamam da grande quantidade de golpes que são realizados neste período, como a promoção de descontos falsos. Por isso, é preciso que a população esteja atenta, pesquise desde antes da Black Friday o valor dos produtos que deseja adquirir e faça as compras em lojas confiáveis, para que ninguém corra o risco de ser enganado no valor ou não receber o produto.
Mesmo com muitos preços e divulgações falsas, principalmente na internet, a relevância das promoções nunca deixou de existir. Pelo contrário, as vendas online lucram muito nessa data. De acordo com a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), R$7,2 bilhões de reais foram movimentados na Black Friday no ano de 2023. Em 2024, de acordo com um levantamento feito pela Linx, as vendas no e-commerce cresceram 76% na sexta-feira promocional em comparação com o dia anterior, mostrando a relevância da data para as vendas online.
Mesmo com a grande importância das vendas online na atualidade, o comércio em lojas físicas continua sendo essencial. A empresa de pagamentos Cielo constatou que o comércio físico cresceu 17,1% na Black Friday deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Mas porque o número aumentou se as pessoas estão cada vez mais conectadas?
Bom, uma das alternativas é que, com o término da pandemia de Covid-19, as pessoas voltaram a frequentar as lojas, principalmente neste período. Outra opção é que existem muitos consumidores que gostam de ir até as lojas, curtem experimentar os produtos e não apenas realizar uma compra virtual. Além de ser uma experiência diferente para os consumidores, não são apenas eles que ganham com as compras em lojas físicas.
Stefane Katerine Sousa trabalha em uma loja da rede Magazine Luiza há 5 anos. Ela conta que “a competição e a concorrência aumentaram mediante ao surgimento das plataformas de compras online, mesmo dentro das próprias redes (lojas online e físicas). Entretanto, o cliente também acaba indo até a loja por causa do site, e muitas vezes a loja física consegue converter a venda. Mas, evidentemente, houve uma queda gradual nas vendas das lojas físicas em relação a alguns anos atrás”.
Stefane também explicou como ela se planeja para esse período. “A principal estratégia é estar 100% focada nas vendas e nas metas individuais no período de trabalho. Não é tempo de descanso, é tempo de se doar ao máximo. As vendas e a remuneração são maiores, por isso é importante que os comerciantes estejam sempre motivados e dispostos a buscar os resultados”, afirmou a profissional.
Apesar do e-commerce ser importante no quesito praticidade, as vendas nas lojas físicas continuam tendo muito valor. Não apenas pela experiência do consumidor de ser atendido por um profissional, tocar, ver os produtos e muitas vezes retirar a compra em pronta entrega, mas também é uma data que beneficia muitos trabalhadores do setor.