Lagoa Santa está entre os municípios que mais crescerão até 2047

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Lucas Machado

Um estudo recente da Fundação João Pinheiro (FJP) trouxe uma visão detalhada sobre o futuro demográfico de Minas Gerais. De acordo com a projeção, o estado deve atingir seu maior número de habitantes em 2037, com 21,9 milhões de pessoas, e a partir daí, iniciar uma fase de leve retração populacional, alcançando 21,7 milhões em 2047. O levantamento confirma o avanço do envelhecimento populacional e aponta Lagoa Santa como um dos municípios que devem registrar crescimento expressivo nas próximas duas décadas.

A pesquisa teve como base os dados do Censo Demográfico 2022, realizado pelo IBGE, e resultou na publicação “Projeções populacionais: Minas Gerais e Regiões Geográficas Intermediárias 2027-2047”. O documento apresenta projeções para os 853 municípios mineiros e para as 13 Regiões Geográficas Intermediárias (RGInt), oferecendo um panorama completo da dinâmica populacional em todo o estado.

Além disso, a FJP disponibilizou um painel interativo com filtros por cidade, idade e sexo, facilitando o acesso de gestores públicos, estudiosos e cidadãos interessados em compreender os rumos do crescimento ou redução populacional em suas localidades.

Lagoa Santa se destaca na região metropolitana de BH

Assuntos mais falados sobre Lagoa Santa/ MG, em fevereiro de 2025

Entre os dez municípios com maior projeção de crescimento populacional até 2047, Lagoa Santa aparece com destaque, ao lado de outras cidades da região metropolitana de Belo Horizonte como Esmeraldas, Sarzedo, Juatuba, Igarapé e São José da Lapa. Todos esses municípios têm em comum o perfil de cidades médias, com população entre 20 mil e 120 mil habitantes, infraestrutura em expansão e boa conectividade com a capital.

O crescimento esperado para Lagoa Santa reforça a sua posição como um dos principais vetores de desenvolvimento urbano e econômico da RMBH. Com forte vocação para o turismo, a qualidade de vida elevada e um mercado imobiliário em constante aquecimento, a cidade atrai novos moradores em busca de tranquilidade, segurança e acesso facilitado a serviços e oportunidades.

Além disso, Lagoa Santa tem investido em áreas estratégicas como saúde, educação, mobilidade e habitação, fatores que contribuem para torná-la cada vez mais atrativa — tanto para famílias quanto para investidores.

Minas Gerais se prepara para o envelhecimento populacional

Embora alguns municípios estejam crescendo, o cenário estadual aponta para um processo mais amplo de envelhecimento da população. Segundo a pesquisadora Denise Maia, da Fundação João Pinheiro, essa transformação é resultado da queda nas taxas de fecundidade e do aumento da expectativa de vida, fenômenos observados em diversas partes do mundo.

“As regiões apresentam ritmos diferentes, mas todas caminham para um padrão em que a população idosa passa a representar uma fatia cada vez maior do total”, explica a pesquisadora. Isso significa que, ao mesmo tempo em que algumas cidades ainda crescem, outras já estão entrando em fase de declínio populacional.

Regiões como Barbacena, Juiz de Fora e Pouso Alegre devem começar a perder habitantes entre 2032 e 2037, enquanto áreas como Patos de Minas, Uberaba e Uberlândia só devem apresentar queda por volta de 2047. Já a região de Montes Claros aparece como a única com crescimento constante ao longo de todo o período analisado.

O que muda com essas projeções?

A redução do número de pessoas em idade ativa e o aumento da população idosa impõem novos desafios às políticas públicas. Os governos locais precisarão adaptar seus planejamentos para lidar com demandas mais complexas, como saúde geriátrica, mobilidade urbana acessível, programas de inclusão digital para idosos e fortalecimento das redes de assistência social.

Além disso, áreas como educação, saneamento, habitação e transporte público também precisarão ser repensadas de acordo com o novo perfil populacional. “O desafio será desenvolver ações integradas e coordenadas, que considerem não apenas o presente, mas também os cenários futuros”, avalia Denise Maia.

Planejamento urbano com foco no futuro

Lagoa Santa planejamento urbano
Imagem: Divulgação

Cidades como Lagoa Santa têm, diante dessas projeções, a oportunidade de planejar o crescimento de forma estruturada, evitando problemas comuns das metrópoles como o inchaço urbano, a falta de infraestrutura ou o aumento da desigualdade.

Para isso, será necessário investir em diagnósticos econômicos locais, identificar setores estratégicos e fortalecer as vocações naturais da cidade, como o turismo, a ciência, o meio ambiente e a logística. O planejamento urbano, neste contexto, passa a ser uma ferramenta indispensável para garantir qualidade de vida, sustentabilidade e equilíbrio territorial.

Além disso, a integração com iniciativas como o Projeto Reurb, que atua na regularização fundiária e planejamento urbano em Lagoa Santa e região, pode ser um diferencial para garantir que o crescimento populacional ocorra de maneira legal, segura e sustentável.

Lagoa Santa: cidade em evidência

A presença de Lagoa Santa entre os municípios com maior potencial de crescimento até 2047 reforça o papel de destaque que a cidade vem ganhando na região metropolitana de Belo Horizonte. Seja pelo perfil urbano equilibrado, pelo crescimento imobiliário estruturado ou pelo potencial turístico e ambiental, o município consolida-se como uma das cidades mais promissoras do estado.

Essa visibilidade também chama atenção para a necessidade de políticas públicas assertivas, que acompanhem o ritmo da expansão e priorizem o bem-estar da população. Mobilidade, habitação popular, preservação ambiental, incentivo à economia criativa e fortalecimento da saúde pública são alguns dos pontos que devem integrar o debate sobre o futuro da cidade.

A importância da projeção populacional como ferramenta de gestão

Ao divulgar as projeções, a Fundação João Pinheiro não apenas atualiza os dados demográficos do estado, como oferece uma ferramenta estratégica para prefeitos, vereadores, empresários e lideranças comunitárias. Com base nessas informações, é possível elaborar planos mais eficazes, solicitar recursos estaduais ou federais e desenvolver políticas que estejam de fato alinhadas com a realidade de cada território.

Em resumo, as projeções até 2047 revelam que Lagoa Santa terá um papel cada vez mais relevante no contexto mineiro, mas também evidenciam a responsabilidade dos gestores públicos em garantir que esse crescimento venha acompanhado de infraestrutura, equidade e visão de futuro.

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