Setembro Amarelo: Como uma conversa pode salvar vidas

Setembro Amarelo: Como uma conversa pode salvar vidas
Foto: Divulgação/pixelshot

Setembro chegou com uma cor especial: o amarelo. Mais que uma campanha de conscientização, o Setembro Amarelo representa uma oportunidade única de falarmos abertamente sobre saúde mental e prevenção ao suicídio.

A cada ano, mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, são 14 mil vidas perdidas anualmente números que poderiam ser diferentes se houvesse mais diálogo e apoio.

O movimento nasceu no Brasil em 2015, inspirado pela história de Mike Emme, um jovem americano que tirou a própria vida aos 17 anos. Seus pais criaram fitas amarelas com a mensagem “se você precisar, peça ajuda” e as distribuíram no funeral. A cor amarela do Mustang que Mike restaurava se tornou símbolo de esperança.

Por que conversar faz diferença

Falar sobre suicídio não aumenta o risco na verdade, acontece o oposto. Quando criamos espaços seguros para diálogo, oferecemos às pessoas a chance de expressar seus sentimentos e buscar ajuda.

Muitas vezes, quem está passando por uma crise emocional não consegue enxergar alternativas. Uma conversa acolhedora pode ser o primeiro passo para mostrar que existem outras saídas e que a pessoa não está sozinha.

Sinais de alerta que não devemos ignorar

Reconhecer os sinais pode salvar uma vida. Fique atento a:

Mudanças comportamentais súbitas

  • Isolamento social repentino
  • Perda de interesse em atividades antes prazerosas
  • Alterações no sono e apetite

Expressões verbais preocupantes

  • Frases como “seria melhor se eu não estivesse aqui”
  • Comentários sobre ser um peso para outros
  • Despedidas incomuns ou definitivas

Comportamentos de risco

  • Doação de pertences importantes
  • Descuido com cuidados pessoais
  • Uso excessivo de álcool ou drogas

Como ajudar alguém em crise

Se você perceber que alguém próximo apresenta esses sinais, saiba como agir:

Escute sem julgamentos. Ofereça sua atenção completa e evite frases como “isso vai passar” ou “pense positivo”. Valide os sentimentos da pessoa.

Pergunte diretamente. Não tenha medo de questionar se a pessoa está pensando em se machucar. Essa pergunta pode abrir o caminho para uma conversa salvadora.

Busque ajuda profissional. Encoraje a pessoa a procurar apoio especializado e, se necessário, acompanhe-a até o atendimento.

Rede de apoio disponível 24 horas

Quando a crise bater, lembre-se: ajuda está sempre disponível.

O CVV (Centro de Valorização da Vida) atende pelo telefone 188, gratuitamente, 24 horas por dia. Voluntários treinados oferecem apoio emocional através de conversa sigilosa.

Outras opções incluem:

  • SAMU (192) para emergências médicas
  • UBS (Unidades Básicas de Saúde) para acompanhamento contínuo
  • CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) para tratamento especializado

Cuidando da nossa saúde mental diariamente

A prevenção começa no dia a dia. Manter relacionamentos saudáveis, praticar atividades físicas, buscar momentos de lazer e não hesitar em pedir ajuda quando necessário são atitudes fundamentais.

Lembre-se: buscar apoio psicológico é sinal de coragem, não fraqueza. Assim como cuidamos do corpo quando sentimos dor física, nossa mente também merece atenção e cuidado profissional.

Setembro Amarelo: Cada vida importa

O Setembro Amarelo nos lembra que cada vida tem valor inestimável. Ao quebrarmos o silêncio e criarmos redes de apoio, construímos uma sociedade mais acolhedora e empática.

Se você está passando por um momento difícil, saiba que não está sozinho. Há pessoas dispostas a escutar e ajudar. E se conhece alguém que precisa de apoio, seja essa pessoa que estende a mão.

Cuidar da vida é, acima de tudo, um gesto de amor por nós mesmos e pelo próximo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Lagoa News

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